A indústria de embalagens projeta crescimento de 2,2% para este ano, bem abaixo do obtido em 2010 de 10,13%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Embalagem (Abre). O crescimento menor, de acordo com o economista da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros, deve-se pela base de comparação com o ano passado, que apresentou ótimo resultado, vindo de uma recuperação referente a 2009, onde o setor sofreu queda de 3,77% na produção.
Conforme os dados da Abre, a indústria de bebidas foi a responsável pela maior demanda por embalagens em 2010, com crescimento de 11,15% sob o ano anterior.
O reflexo dessa realidade pode ser sentido nas importações de embalagens metálicas que teve aumento de 234,88% , enquanto as exportações não chegaram a completar 7%. A balança comercial do setor ficou deficitária em US$ 383,9 milhões, resultado de US$ 410,1 milhões em exportações e US$ 794 milhões em importações.
Segundo Quadros, a demanda por embalagens metálicas deve ser suprida pela indústria com investimentos no setor ao longo deste ano. "A utilização da capacidade da indústria de embalagens ficou em 88,8% em 2010", afirma ele.
A produção de embalagens acompanhou o desempenho da indústria brasileira como um todo, que encerrou 2010 com uma expansão de 10,45%.
O setor movimentou R$ 41,1 bilhões.
As embalagens em papel, papelão e cartão, que possuem participação de 33,20% do setor, cresceram 7,25% . No primeiro semestre, o percentual de produção teve acréscimo de 11,42% em relação a igual período de 2009, impulsionado pelo grande volume de vendas da linha marrom, contra 1,62% na outra metade do ano, isso graças a procura por televisores na época da Copa do Mundo.
Madeira
As embalagens em madeira, que apresentam participação de apenas 1,8%, foram as que mais cresceram em 2010 (24,36%), seguida de metal, com alta de 16,26%. Já a terceira posição ficou com as embalagens de vidro, que tiveram incremento de com 14%. As embalagens em plástico ocupam a última posição, com 7% de aumento.
A indústria de embalagens retomou o crescimento no começo deste ano, quando havia passado por um período de desaceleração nos meses de novembro e dezembro.
"Todo este crescimento não é sustentável. A tendência é que ao longo do ano se estabilize", comenta.
Veículo: DCI