Ovo de Páscoa fica até 8,5% mais caro

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Preços dos tradicionais chocolates vendidos em BH aumentam em comparação com 2010, mas previsão é de vendas maiores


 
A menos que consiga comprar a preços promocionais, o consumidor vai encontrar ovos de Páscoa mais caros este ano. De acordo com estimativas das principais indústrias produtoras do chocolate no Brasil, o reajuste em 2011 vai variar de 3,5% a 8,5% em relação aos preços praticados por supermercados e lojas especializadas no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, as empresas estão otimistas e esperam crescimento de até 40% nas vendas em relação à 2010.

 

A aposta da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoin, Balas e Derivados (Abicab) é que o preço não interfira nas nos negócios, uma vez que os fabricantes estão investindo pesado na inovação dos produtos. “A indústria brasileira está focada em novos sabores, recheios, embalagens, formatos e brindes diferentes. Cerca de 80% dos produtos colocados no mercado são lançamentos.”, afirma o presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto. O superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, também acredita que as novidades puxarão a alta na demanda por ovos de chocolate. “Esperamos vender de 8% a 10% a mais que no ano passado. As classes C e D estão comprando mais e para eles é que foram pensados produtos de diversos tamanhos e preços. A concorrência acirrada vai nivelar os custos para baixo e acredito que muitas promoções vão ser lançadas para conquistar a nova freguesia”, comenta Rodrigues.

 

Diversos lançamentos foram anunciados pela Nestlé neste ano, com destaque para os chocolates da linha gifting (para presentear). O público infantil é o principal foco dos cerca de 40 produtos novos inspirados no mote “chocolover”. Já a Garoto acredita na pré-Páscoa para turbinar as vendas. Seus produtos estão em média 3,5% mais caros em relação ao ano passado, mas o tubinho com os miniovos Baton é a grande aposta para quem vai optar por doses menores de chocolate no período da Quaresma.

 

Apesar da estimativa de aumento de preços chegar a 7% no atacado, em sua pesquisa interna, a Amis não detectou inflação para as tradicionais guloseimas. No entanto, mesmo sem se lembrar os preços pagos pelos chocolates na última temporada, o representante comercial João Batista da Costa achou caro o ovo de Páscoa que comprou ontem para o filho. “É só um agrado para começar a temporada, na Semana Santa tem mais. Mas já tive que desembolsar R$ 20”, disse.

 

A produção total para 2011 deve chegar a 25 milhões de toneladas de chocolate, 2 milhões a mais que no ano passado, segundo estimativa da Abicab. Empresas do ramo consideram esta uma época correspondente ao um 13º mês de vendas, como é o caso do Grupo CRM, que agrega Kopenhagem, Brasil Cacau e DanTop. Segundo a vice-presidente executiva da empresa, Renata Vichi, a expectativa é de crescimento próximo de 34% em relação à Páscoa passada. “Para o Grupo CRM, a Páscoa corresponde a 30% do total de vendas de todo o ano. Em 2011, o faturamento previsto para o grupo é de R$ 400 milhões com as vendas diretas ao consumidor”, disse.

 

Já a Cacau Show espera crescimento de produção de 40%, com a entrega de mais de 13 mil toneladas de chocolate ao mercado. O carro-chefe das venda, a linha Dreams, famosa pelo recheio de trufa, tem este ano dois novos sabores: napolitano e coco. Mas o preço mínimo saltou de R$ 36,90 para R$ 39,90.

 

Na loja Maria Chocolate, especializada em matéria-prima para a produção caseira de ovos de Páscoa, a proprietária Vanessa Maria Campos também está otimista, prevendo crescimento de 10% a 20% para os negócios este ano. “O cacau e o açúcar estão mais caros, hoje, no mercado fornecedor, mas o produto que chega para nós foi comprado em dezembro. A alta não chega a refletir mais que os 5% da inflação média para o consumidor final”, comenta.

 

Em relação às contratações temporárias, vagas ainda podem ser disputadas somente em lojas especializadas, já que na produção, grande parte das indústrias começou as contratações no fim do ano passado e já prepara para frear a atuação ao término deste mês. Na Cacau Show, 360 vagas estão previstas para vendedores, sendo que destas, 96 serão somente para lojas de BH. O Grupo CRM prevê um total de 350 colaboradores, mas não informou precisamente quantas vagas estão em aberto. De acordo com a Amis, os supermercados não devem abrir novas vagas por causa da Páscoa.
 
 


Veículo: O Estado de Minas


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