Pão deve encerrar o ano com reajuste nos preços

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Volatilidade da moeda norte-americana encarecerá importação do trigo. A farinha de trigo representa de 33% dos custos para a fabricação do pão 


 
O pão poderá ficar mais caro no final deste ano, caso o dólar se mantenha valorizado frente ao real, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoitos de Minas Gerais (Sip-MG/Amipão), Luiz Carlos Caio Xavier Carneiro. "No entanto, até o final de novembro não haverá aumento, pois fizemos um acordo com o Movimento das Donas de Casa de Belo Horizonte e de várias cidades do interior para manter o preço", disse.

 

De acordo com ele, a possibilidade de alta no preço do produto se deve à importação do trigo, em especial, da Argentina. "A farinha de trigo representa cerca de 33% dos custos para a fabricação do produto", observou.

 

Os moinhos já estão pagando mais pelo trigo, conforme o vice-presidente da Associação dos Triticultores de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Elias Abrahim. "O mercado já está se movimentando. Há cerca de 20 dias a tonelada do produto apresentou uma alta de R$ 20 a R$ 30. Atualmente, a cotação do trigo varia entre R$ 530 a R$ 550 a tonelada", disse.

 

Além da cotação do dólar, outro problema que o setor poderá enfrentar é com o abastecimento, já que boa parte do trigo consumido no país vem do exterior. "Ainda não se sabe como será o desempenho da safra. As projeções sinalizam 10 milhões a 11 milhões de toneladas, o que seria bem menor que a anterior, que somou aproximadamente 15 milhões de toneladas", observou.

 

Abrahim ressaltou que do total produzido pelo país vizinho cerca de 6 milhões de toneladas são destinadas ao consumo interno. De acordo com ele, no ano passado 70% do trigo consumido no território nacional foi importado. Neste exercício o percentual deve ficar na casa dos 50%. "Temos que considerar que em 2008 teremos uma safra recorde, de cerca de 5,5 milhões de toneladas", disse.

 

Entretanto, ele ressaltou que embora expressiva, a produção nacional não é capaz de, sozinha, garantir a demanda brasileira, que está na casa dos 10,5 milhões de toneladas por ano.

 

Na ponta - Apesar das projeções de alta, o consumidor final ainda não está pagando mais caro pela farinha de trigo, segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado ontem. Em Belo Horizonte, a farinha de trigo registrou recuo nos preços de 5,01% na segunda semana de outubro, retração ainda mais expressivo na comparação com a semana anterior, quando a queda foi de 4,71%.

 

O mesmo não aconteceu com panificados e biscoitos, que depois de recuo de 0,10% nos primeiros sete dias deste mês registrou alta de 0,20%.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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