O surgimento de uma nova bandeira sob uma rede de distribuição unificada sem precedentes certamente terá impactos positivos para aspirações maiores no segmento de cartões. Apesar da premissa positiva para a entrada da Elo no mercado, as complexas relações do setor devem ser levadas em consideração, alertam os analistas Roberto Attuch, Fabio Zagatti e Henrique Caldeira, do banco Barclays.
Sob controle do Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal, a nova bandeira promete uma postura agressiva de entrada no setor, e uma meta de obter 15% de participação no mercado dentro de cinco anos, o que equivale a R$ 180 bilhões em transações.
Ligada quase que diretamente à Cielo, uma vez que ambas possuem o mesmo grupo de controle, a Elo poderá optar por medidas de exclusividade entre as empresas no futuro, caso a nova bandeira venha a abocanhar uma fatia considerável do mercado.
Caso isso aconteça, a perda de mercado de Visa e MasterCard para a Elo impactaria negativamente as operações da Redecard , principal concorrente da Cielo, caso a nova bandeira dê exclusivadade de operações para a sua co-irmã.
Embora a Cielo afirme que deseja evitar relações de exclusividade entre Cielo e Elo, o trio do Barclays reconhece que só "o tempo dirá" como se dará esse processo, "mas parece inevitável o surgimento de pressão regulatória caso a nova bandeira se torne grande demais e apenas disponível em uma operadora na rede de adquirência".
Por outro lado, essa postura de exclusividade também poderia prejudicar Bradesco e BB exatamente por que estes bancos são os maiores emissores de cartões Visa e MasterCard, que seriam diretamente afetados, o que pode frear a possível operação, acreditam os analistas.
Veículo: DCI