Uma luta desigual

Leia em 2min

Apesar de a indústria têxtil e de confecção brasileira ter se modernizado, com a aplicação de mais de US$ 2 milhões em equipamentos, em 2010, a concorrência chinesa e de outros países asiáticos, como a Indonésia, tornou a luta contra as importações de tecidos e roupas cada vez mais difícil e desigual, diante da queda do valor do dólar. “Deixamos de gerar mais de 5 mil empregos no setor têxtil em 2010”, disse Alfredo Bonduki, presidente do Sinditêxtil-SP e representante da Federação das Indústrias de São Paulo aqui na Tecnotêxtil (SP), uma feira nacional, mas coordenada pela empresa gaúcha Fcem. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil, o déficit da balança comercial do setor, no primeiro trimestre deste ano, já chegou a US$ 1,177 bilhão, o que representa um crescimento de 47,3% em relação ao mesmo período do ano passado, em que o saldo negativo foi de US$ 799,99 milhões.

 

Uma luta II

 

As importações de janeiro a março de 2011 já chegaram a US$ 1,518 bilhão, 35,6% maior do que o US$ 1,119 bilhão do mesmo período de 2010, enquanto as exportações brasileiras foram de apenas US$ 340,7 milhões. O Rio Grande do Sul está na lista dos 10 estados que mais receberam produtos importados e também  na dos que mais venderam produtos para o exterior. Esta segunda informação é interessante porque há uma crença, disseminada no Estado, de que os gaúchos não têm mais a indústria têxtil  forte que tiveram no passado. Hélvio Pompeu Madeira, presidente da Fcem, diz que a gaúcha é uma indústria muito específica. Madeira, como a maioria dos empresários que ouvi aqui na Tecnotêxtil, teme uma desindustrialização no setor têxtil brasileiro.

 

Uma luta III

 

A China lidera os países que vendem têxteis e confecções para o Brasil, mas também estão entre os 10 maiores a Índia, Indonésia, Estados Unidos, Argentina, Bangladesh, Taiwan, Coreia do Sul, Tailândia e Itália. Dos países asiáticos, onde a mão de obra é mais barata, os impostos são baixos e as obrigações trabalhistas são menores, vem a maior quantidade de produtos de baixo preço; dos países desenvolvidos, como Estados Unidos e Itália, vem produtos mais sofisticados, mas elaborados com custos menores graças ao desenvolvimento tecnológico.



Veículo: Jornal do Comércio (RS)


Veja também

Fabricantes preparam a nova geração dos televisores de altíssima definição

Empresas como a japonesa Sony desenvolvem a tecnologia 4K, desenvolvida originalmente para o cinema digital e qu...

Veja mais
MPF entra com ação para ALL preservar ferrovia

O Ministério Público Federal (MPF) em Bauru, a 326 quilômetros de São Paulo, entrou com a&cce...

Veja mais
China domina brinquedos

Cerca de 60% dos brinquedos comercializados no Brasil, no ano passado, foram importados da China. Por conta disso, o set...

Veja mais
Farmácias terão mais tempo para iniciar registro de antibióticos em sistema

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu o prazo para que as farmácias in...

Veja mais
Páscoa: consumidor se antecipa

Empresas já detectam aquecimento acima do previsto para a época nas vendas de itens voltados para a data. ...

Veja mais
Disputa entre Embelleze e Niely vai à SDE

Beleza: Cada uma das fabricantes diz que a sua marca é proprietária da linha "Gold" de produtos para cabel...

Veja mais
Doutor antirrugas

Depois de uma passagem pelo Brasil entre 2004 e 2008, o dermatologista queridinho das celebridades americanas Nicholas P...

Veja mais
Japão pode importar arroz

O desastre nuclear no Japão pode fazer com que 18% da safra doméstica de arroz seja imprópria para ...

Veja mais
Caso Parmalat gera reunião

Os ministros de Agricultura da França e da Itália vão se reunir no próximo fim de semana par...

Veja mais