Compra na internet também é com elas

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Mulheres já são metade das pessoas que adquirem produtos nas lojas virtuais

 

As mulheres já se equiparam aos homens em compras de produtos nas lojas virtuais, em 50% a 50% do número de pessoas que fazem tal operação - chegando a ultrapassá-los em alguns meses deste ano segundo dados da e-bit. Em 2000, elas representavam 37% desse universo. Segundo a consultoria, esse número pode ser explicado pela rotina da mulher moderna, que trabalha fora, cuida da casa, das compras e ainda estuda. Conseqüentemente, essas consumidoras buscam ganhar tempo e dinheiro.

 

E, geralmente, encontram isso na ‘rede’, já que alguns produtos são mais baratos do que nas lojas tradicionais e não é necessário bater pernas em shopping para realizar a pesquisa de preços. Basta um clique.

 

A análise se baseia no crescimento da contribuição feminina para o rendimento familiar, que aumentou 56% no último censo de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), paralelamente à sua maior participação nas compras virtuais.

 

Mas, surpresa: as mulheres ainda gastam menos que os homens nessas compras virtuais. Enquanto eles gastam por compra, em média, R$ 375, elas gastam R$ 272.

 

O segredo está no tipo de objetos que preferem consumir. Enquanto os homens optam majoritariamente por artigos de informática e eletrônicos, as mulheres buscam livros, artigos de beleza e saúde e para cama, mesa e banho.

 

A biomédica Rafaela Arabe, 27 anos, comprou um telefone recentemente pela rede e também utiliza o meio para consumir eletrônicos e produtos de beleza, além dos livros da faculdade, que somente encontra em livrarias especializadas. Porém, diz que já diminuiu a freqüência por cautela. “O pós venda às vezes deixa a desejar. Tive um problema com uma máquina digital, procurei o Procon e ganhei a causa”, conta. “Agora, só compro coisas que não dêem tanto trabalho, como secador de cabelo”.

 

Os fatores que faz em com que Rafaela e outras consumidoras ouvidas optem pelo meio são sempre dois: preço e comodidade. “Na internet tenho mais tempo para pesquisar e na loja não tem tudo”, diz.

 

Há quem vá mais além. De livros até a compra de 20 itens apenas na mudança de apartamento, a assistente administrativa Cristiane Fernandes Araújo, 27 anos, não esconde sua predileção pela rede para adquirir objetos como ferro de passar , máquina de lavar, liquidificador, batedeira e jogo de lençol. “Há boas promoções. Costumo comprar em sites confiáveis, que podem oferecer a opção de entregar tudo em casa, sem frete e rapidamente.”

 

A analista de sistemas Rosemary Zanatta, 36 anos, também elogia os negócios na rede, principalmente depois que sua filha, hoje com 2 anos, nasceu. Ela chega a comprar, em média, cinco itens por mês nas lojas virtuais. “Hoje faço compras no supermercado pela internet e compro brinquedos. Assim, uso mais meu tempo com coisas que têm realmente importância, como ficar com minha filha”, completa.

 

Até a beleza tem endereço na rede. Rosemary também compra cosméticos profissionais, que não encontra em lojas e são mais caros nos salões.

 

Dicas para aproveitar o comércio online

 

Há algumas dicas para quem quer utilizar os benefícios das compras na rede sem dor de cabeça. Raul Dalaneze, técnico do Procon-SP, aconselha buscar sites que tenham referência, como indicações de amigos ou familiares. O site deve possuir dados mínimos, como CNPJ da loja, endereço físico e um meio de contato tanto por e-mail, telefone ou fax.

 

Encontrado um site de confiança, é recomendável uma pesquisa de preços com valor do frete incluso. “Um produto pode custa R$ 10 em um site e R$ 5 em outro, mas embutir, respectivamente, um frete de R$ 2 e R$ 7. Não compensa.”

 

Além disso, verifique condições e formas de pagamento e imprima todas as telas com informações relevantes, como número do pedido, efetivação da compra, sem esquecer de requisitar a nota fiscal. Se houver reclamações, envie por escrito. Caso seja possível somente por telefone, exija um número de protocolo e nome do atendente.

 

O técnico do Procon lembra que as dicas também valem para compras internacionais. Nesses casos, verifique se o produto tem certificado de garantia válido no País . “Caso compre de um importador, ele é o responsável. Se não, deve tratar direto com a empresa do país onde fez a compra”, diz Dalaneze.

 

Ele lembra que sites de grandes lojas já possuem os meios de segurança necessários para combater fraudes. Porém, caso a empresa seja terceirizada, não hesite em fazer uma verificação com o antivírus.

 

Mauricio Vargas, diretor geral do Reclame Aqui, site de defesa do consumidor, alerta que 37% das compras em lojas virtuais são oriundas de comparadores de preços, como Buscapé. Porém, geralmente eles apenas fazem essa comparação de preços e não verificam a idoneidade das empresas. “Há um grande número de fraudes. Esses comparadores induzem a compra pelo menor preço e o consumidor pode cair no golpe de uma empresa que não existe”, diz. Ele conta que, pelo próprio avanço no comportamento do consumidor, os números de casos caíram neste ano passado.

 

Porém, com a adesão de mais pessoas das classes C e D neste tipo de compra, as fraudes podem voltar a aumentar.

 

“As tentativas ainda existem em grande número. Em 2007 estimamos que o prejuízo causado pelas lojas virtuais foi de R$ 400 milhões. Para 2008, esperamos que se mantenha, mesmo com o aumento de consumidores ”, afirma.

 

O técnico do Procon lembra que, caso os consumidores se deparem com uma empresa suspeita, podem procurar seu CNPJ na Receita Federal ou ligar para o Procon (telefone 3824-0446) para verificar se já existe reclamação anterior.

 

Ele também pede cautela com sites de leilão que informam dados do vendedor só no fechamento da compra. “Podem ser falsos. Nem todos possuem controle”, diz.

 

Veículo: Jornal da Tarde


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