Soja deve elevar o MT para o posto de mais rentável do País

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Produto segue marcando a história do Mato Grosso. Neste ano, além de uma produção recorde, o grão pode ampliar o valor bruto de produção para R$ 33,3 bi

 

O valor bruto da produção (VBP) do Mato Grosso pode ultrapassar a casa dos R$ 33,3 bilhões este ano, deixando para trás São Paulo, que detinha a liderança, e Paraná, segundo colocado até o ano passado. A principal responsável por este resultado foi a soja, cuja safra 2010/2011, apesar dos problemas sofridos por conta do clima, deve registrar recorde com 20,3 milhões de toneladas, ou seja, 8,3% maior que a safra 2009/2010.

 

A soja continua sendo a menina dos olhos para o Mato Grosso, além de uma produção recorde nesta safra 2010/2011, a produtividade por hectare é o outro grande motivo para as comemorações do estado. Na safra passada, o produtor agrícola obteve em média 3 toneladas de soja por hectare, o que representa um volume de 50 sacas de 60 quilos por hectare. Nesta safra, o montante gerado por hectare deve superar a marca de 3,2 toneladas, ou seja, 53 sacas por hectare. "A produtividade da soja foi muito boa, já colhemos tudo praticamente. E esse crescimento é bastante considerável, o que deixa esta safra com a melhor produtividade da história do estado", contou Otávio Celidonio, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

 

Para ele, o principal fator que gerou essa boa produtividade nas lavouras de soja foi a baixa incidência da ferrugem asiática, doença causada por um fungo que ataca as plantações. Celidonio afirmou que a rotina dos produtores para evitar essa praga, aliada ao período seco visto na entressafra, resultou em uma ótima produtividade da soja. "Esse ano, um dos fatores que incidiram para esse aumento na produtividade foi a baixa influencia da ferrugem asiática que não trouxe transtornos para os produtores. Isso foi por causa do período de entressafra que foi bastante seco. Além do que os próprios produtores têm feito esse controle rotineiramente. O desenvolvimento da soja precoce foi outro fator que contribuiu para essa média de produtividade no estado, pois ela foi plantada mais tarde e pegou o período certo de chuvas, que contribuiu para melhorar seu desenvolvimento", enfatizou ele.

 

Além da produtividade maior, o Imea prevê aumentos consideráveis de áreas até 2020. Este ano a soja ocupou 6,4 milhões de hectares, que representa um crescimento ante a ultima safra de 3,1%. Nos próximos nove anos a expectativa é de que o estado supere a marca de 8,3 milhões de hectares, oriundos principalmente de terrenos usados para pastagens. "Temos 26 milhões de hectares de pasto no estado, desse total cerca de 9 milhões de hectares estão sobre um solo muito adequado para lavouras de soja."

 

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, a aposta do setor deve continuar no aumento de produtividade, e não em áreas. Segundo Silveira, nos próximos dez anos o Brasil teria de saltar das atuais 2,8 toneladas por hectare na média, para 4 toneladas. "Não temos mais tantas áreas para ampliar a produção, temos de investir em tecnologias para ampliar a produtividade. E isso somente será possível se a nossa logística funcionar", frisou.

 

Valor de Produção

 

O Brasil deve atingir este ano um valor bruto de produção agropecuária de aproximadamente R$ 193,1 bilhões, contra os R$ 179,9 de 2010. Somente o Estado do Mato Grosso pode atingir a marca de R$ 33,35 bilhões, superando os R$ 21,3 bilhões vistos no ano passado. Neste cenário a soja é mais uma vez a grande responsável pelo resultado, representando 47% deste total, ou seja, R$ 15,5 bilhões. "O potencial do Mato Grosso é tão grande que aos poucos eles estão dominando a agricultura do País", afirmou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

 

O estado paulista, que em 2010 havia registrado um valor bruto de produção de R$ 32,9 bilhões, deve fechar este ano com R$ 29,8 bilhões, dado principalmente a cana-de-açúcar. Já no Paraná não houve queda no valor bruto obtido, mas o crescimento foi aquém do esperado, e deve fechar com R$ 24,9 bilhões em 2011, ante os R$ 23,6 bilhões de 2010.

 

Veículo: DCI


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