M. Dias Branco compra Pilar por R$ 70 milhões, em busca de sinergia

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Líder do mercado nacional de massas e biscoitos e soberana no Nordeste, a M. Dias Branco, sediada no Ceará, anunciou ontem a aquisição da Pilar Produtos Alimentícios, empresa pernambucana do mesmo ramo. Fechado por quase R$ 70 milhões, o negócio representa mais um passo na sua estratégia de se firmar como agente consolidador do setor no país.

 

De acordo com Geraldo Luciano Mattos, vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco, o interesse na compra da Pilar já é antigo. Fundada em 1865, a empresa pernambucana é bastante conhecida no Nordeste, mas vinha em dificuldades financeiras e dando prejuízo desde 2009.

 

"É uma das marcas mais tradicionais da região, uma empresa com 136 anos de existência. A Pilar tem penetração não só em Pernambuco, mas em todos os Estados do Nordeste. Por isso, reforça nossa posição em toda a região", disse o executivo. A M. Dias Branco produz marcas como Adria, Vitarella e Zabet, entre outras.

 

Com a transação, a empresa calcula um aumento de 22,2% para 23,4% em sua participação no mercado nacional de biscoitos, e de 22,4% para 24,7% em massas. São projeções baseadas em números da Nielsen, referentes ao primeiro bimestre deste ano.

 

Instalada ao lado do Porto do Recife, na região central da cidade, a fábrica da Pilar, com 600 funcionários, tem capacidade para produzir 41 mil toneladas de massas e 30 mil toneladas de biscoitos por ano. Sua localização é estratégica para a M. Dias Branco, que já vinha planejando uma operação de moagem de trigo no porto..

 

A ideia é que o moinho forneça matéria-prima diretamente para a fábrica, gerando sinergias. "Isto possibilitaria a expansão da estratégia de verticalização sem comprometer a evolução das vendas de farinha ao mercado, contribuindo, assim, de forma positiva para o processo de expansão de margens", informou a empresa.

 

A Pilar obteve em 2010 receita líquida de R$ 107,5 milhões, um crescimento de 9,5% ante o exercício anterior. A margem líquida, no entanto, ficou negativa em 3,3%, uma piora em relação ao 1,6%, também negativo, registrado em 2009. A expectativa é trazer a margem da Pilar para a casa dos 14%, em linha com o que a empresa cearense apresentou em 2010.

 

"Acreditamos que as margens da Pilar podem rapidamente se igualar às margens da M. Dias Branco, ao incorporar as sinergias de compras, produção, comercial, logística e administrativa", informou a empresa.

 

A compra foi fechada por R$ 69,9 milhões, dos quais R$ 45 milhões à vista e o resto em seis anos. Segundo Geraldo Luciano, o comando da Pilar deverá ser assumido hoje pela M. Dias Branco. A marca Pilar será mantida no mercado, bem como a maioria dos funcionários. Os antigos donos da empresa, entre os quais a família Renda, sairão do negócio. Procurados, os antigos controladores não se pronunciaram.

 

Veículo: Valor Econômico


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