De janeiro a abril deste ano, as exportações brasileiras de café já superaram as marcas obtidas no ano passado. Os EUA seguem como maiores importadores.
Ao contrario das expectativas do setor cafeeiro, as exportações brasileiras de café seguem batendo recordes, tanto em volume quanto em receita. No mês de abril, os embarques do produto registraram um faturamento de US$ 681,4 milhões, que representa um crescimento de 88,9% maior quando comparado ao mesmo mês de 2010, em que foi registrada uma receita de US$ 360,728 milhões. Os volumes embarcados tiveram um incremento de 17,6%. Os dados são do Balanço das Exportações divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
Somente em abril as exportações de café somaram 2,702 milhões de sacas de 60 quilos, ante os 2,297 milhões de sacas registradas no ano passado. No acumulado do ano, de janeiro a abril, os volumes ultrapassaram a casa dos 10,93 milhões de sacas, contra os 9,71 observados no mesmo período de 2010. Em relação à receita obtida nesse período de 2011, representa quase o dobro dos valores vistos em 2010, 92% superior. De janeiro a abril deste ano o Brasil comercializou US$ 2,54 bilhões, contra os US$ 1,51 bilhões do ano passado.
Para o gerente adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Paulo Cesar Afonso Júnior, esse aumento no volume exportado de café é reflexo dos baixos estoques mundiais do produto. Aliado a isso, o Brasil que já produzia grandes quantidades de café por ano, também passou a investir na qualidade de seus grãos, se tornando uma opção para atender a demanda mundial. "À medida que os produtores investem em tecnologias mais complexas, isso influencia diretamente na produtividade das lavouras. Esse aumento da produtividade tem um grande efeito na produção nacional, que consequentemente trás uma sobra desse produto, que facilita essa maior comercialização. E isso proporciona a busca por novos mercados, além de abastecer os mercados já cativos", garantiu ele.
Dentre os produtos exportados, a qualidade de café arábica foi responsável por 78% dos volumes embarcados em abril, que somaram 2,12 milhões de sacas. O restante foi dividido entre a qualidade robusta, que deteve 12%, e o solúvel com 10%. No acumulado de janeiro a abril deste ano, os valores ficaram ainda maiores, com 85% para o arábica, 7% para o solúvel e 6% do robusta. Para Afonso Júnior, a qualidade superior do café produzido no País é a outra razão pelo qual o Brasil tem se destacado nas exportações desse produto. "O que realmente está impactando nas exportações são os produtos com qualidade diferenciada. E hoje somos um dos poucos países que conseguem oferecer em quantidade, diversas qualidades de café. Isso tem sido um atrativo muito grande. Se pensarmos que a Colômbia vem passando por uma redução de produção, por várias razões, nós como produtores de um produto de qualidade, ganhamos uma capilaridade muito grande no mercado", avaliou.
Segundo os dados do balanço, os maiores mercados importadores de café do Brasil nos quatro primeiros meses do ano foram: Europa, com 56% do total, seguida pela América do Norte, com 22%; Ásia, com 17% e América do Sul, com 3%. A liderança dos países importadores continua com os Estados Unidos, que importaram 2,15 milhões de sacas, 20% do total. Na sequência está a Alemanha, com 2,01 milhões de sacas importadas (18%); Itália, com 1,05 milhões de sacas (10%), e a Bélgica, com 940 mil sacas, com 9% do total. Em quinto lugar segue o Japão, com 710.630 sacas importadas (6% do total).
Veículo: DCI