Vulcabras fecha Azaleia no Sul e se volta para a Índia

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A fábrica gaúcha que no passado foi a sede da Azaleia, fundada em 1958 e comprada pela Vulcabras em 2007, foi fechada ontem. A planta de Parobé era a única da Vulcabras Azaleia no Rio Grande do Sul. Com isso, a empresa, sediada em Jundiaí (SP), passa a concentrar sua produção nacional em três complexos no Nordeste (no Ceará, em Sergipe e na Bahia), além de procurar adquirir fábricas no exterior, em mercados que apresentem vantagens competitivas na importação, como a Argentina e a Índia.

 

Segundo Milton Cardoso, presidente da Vulcabras Azaleia, a concorrência com os calçados importados a baixo custo exige alguns "ajustes de produtividade", como o fechamento da fábrica de Parobé. "Era a nossa menor unidade de produção, que apresentava um custo médio superior ao das outras", diz Cardoso. Com a medida, foram demitidos 800 funcionários, responsáveis pela produção de 8 mil pares por dia das marcas Azaleia, Dijean, Olympikus e Reebok. O total representa 2% da mão de obra da Vulcabras Azaleia e 3% da sua capacidade de produção.

 

Segundo Cardoso, há negociações com o governo gaúcho na tentativa de recuperar vantagens competitivas do Estado, mas não há nada de concreto até o momento. "Vamos manter no local as áreas de marketing e desenvolvimento de produtos, tecnologia, planejamento, além de suprimentos, logística e recursos humanos", diz. Em 2010, a companhia faturou R$ 2,35 bilhões, com alta de 21% sobre o ano anterior, e registrou lucro líquido de R$ 141,2 milhões, 89% superior ao de 2009.

 

No mês passado, a Vulcabras Azaleia anunciou a compra de uma fábrica em Chennai, na Índia, onde devem ser investidos US$ 50 milhões nos próximos dois anos. Na planta, serão fabricados a partir de agosto os cabedais dos tênis - parte superior do produto, feita de tecido, couro e materiais sintéticos, que exige maior contratação de mão de obra. "Vamos ter um mil funcionários lá neste primeiro momento mas, dentro de dois anos, incluindo terceiros, vamos chegar perto de 10 mil empregados", diz.

 

Para Cardoso, o fechamento de Parobé não está diretamente relacionado ao investimento na Índia, embora se insira no mesmo contexto de perda de competitividade da indústria nacional em relação aos produtos importados da Ásia.

 

"É muito mais barato produzir calçado na Índia do que no Nordeste", diz Cardoso, que contou com redução de ICMS e de Imposto de Renda para instalar unidades fabris nos Estados nordestinos. "Mas na Índia eu não pago imposto para exportar e, no Brasil, o Imposto de Importação é inibido pelo efeito cambial", afirma.

 

Cardoso, que também é presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), afirma que a tarifa antidumping imposta sobre os produtos chineses ajudou o setor em um primeiro momento, mas levou a um efeito de "triangulação". "As importações brasileiras de calçados da China continuam aumentando, mas os importadores dizem que os produtos vêm do Vietnã, da Malásia e da Indonésia", diz ele.

 

Veículo: Valor Econômico


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