A rede Condor, do Paraná, alcançou R$ 1,7 bilhão de faturamento e chegou à lista das dez maiores varejistas do País. Mas Pedro Joanir Zonta, seu fundador, quer mais
De férias, a bordo de um cruzeiro rumo a Barcelona, na Espanha, no dia 25 de março, o empresário paranaense Pedro Joanir Zonta, dono da rede de supermercados Condor, teve um bom motivo para sorrir. Enquanto conversava com a esposa e alguns amigos, recebeu uma mensagem no celular de seu diretor administrativo, Vanclei Said. O texto informava que a Condor, baseada em Curitiba, atingira um faturamento de R$ 1,7 bilhão em 2010, passando a figurar, pela primeira vez, na lista das dez maiores redes supermercadistas do País, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
“Dois pontos resumem nossa trajetória até aqui”, disse Zonta à DINHEIRO. “Tomada rápida de decisões e trabalho em equipe.” A paixão por velocidade, aliás, vai além dos negócios nas gôndolas. Assim como seu filho Ricardo Zonta, ex-piloto de Fórmula 1, o patriarca já pisou fundo nas pistas de diversos autódromos na década de 1980, quando disputou campeonatos profissionais regionais. “A única competição de que participo hoje é a de supermercados”, diz ele.
E nessa área, Zonta tem pisado fundo no acelerador. O faturamento do Condor cresceu 125% nos últimos cinco anos, uma velocidade superior à do setor de supermercados, que se expandiu 88% no mesmo período e movimentou R$ 200 bilhões no ano passado (confira gráfico). Assim como é fã da velocidade, Zonta também é audacioso em seus investimentos. Ele fundou o Condor em 1974, quando tinha apenas 21 anos. Até então, nunca tinha pisado em um supermercado. Sua primeira loja tinha 100 metros quadrados, o tamanho de um apartamento de médio porte. Lá, trabalhavam apenas cinco funcionários. Para financiar o empreendimento, ele utilizou os recursos obtidos pela família com a venda de um abatedouro de suínos. Hoje, ele comanda 30 pontos de venda, sendo 17 supermercados e 13 hipermercados, e 7 mil funcionários.
Mas o empresário quer mais. Para conquistar uma fatia ainda maior a avançar no ranking supermercadista, Zonta desenhou o projeto batizado de Paraná. Primeiro, ele vai concentrar as forças em seu Estado de origem, com investimentos de R$ 80 milhões. Neste ano, a rede vai ganhar mais três hipermercados nos municípios paranaenses de Colombo, Castro e São José dos Pinhais. “Além das novas construções, estamos ampliando as duas unidades que ficam em Araucária e Apucarana”, afirma o empresário.
No ano passado, o supermercado Condor inaugurou também três lojas, o que resultou no aumento de 20% da receita, taxa que deve se repetir em 2011. “Priorizar a atuação local é uma estratégia que tem sido utilizada pelas varejistas regionais”, afirma Nuno Fouto, professor do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). “É uma forma de dar mais musculatura à rede.”
Só após vencida essa etapa, provavelmente a partir de 2014, é que ele pretende expandir seus domínios. O interior de São Paulo ou de Santa Catarina são os locais potenciais para receber lojas da Condor. O empresário afirma que não está descartada a compra de outras redes, nesse processo de expansão, como forma de abreviar e facilitar a entrada nesses mercados. Se isso de fato ocorrer, o Condor seguirá o exemplo de outras redes do setor, que deixaram seus rincões regionais para atuar em outros Estados. Sãos os casos da catarinense Angeloni, que partiu para a conquista de clientes no Paraná, e da mineira Bretas, que abriu lojas em Goiás e na Bahia. Esta, posteriormente, foi adquirida pela GBarbosa, de Sergipe, em novembro do ano passado. “O movimento de expansão das redes regionais vem ganhando força, devido ao bom desempenho da economia”, diz Sussumu Honda, presidente da Abras.
Veículo: Isto É Dinheiro