O crédito mais caro e escasso nos bancos forçou os supermercados a reverem investimentos e a cortarem planos de expansão previstos para o ano que vem em Minas Gerais. Embora a expectativa das empresas seja de uma retração de vendas localizada nos departamentos de bens duráveis, a exemplo dos eletroeletrônicos, como efeito da crise financeira mundial, algumas redes já decidiram pelo adiamento de projetos e o setor vai investir no mínimo R$ 50 milhões a menos em 2009, na comparação com os números deste ano, informou, ontem, o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira Soares Nunes. O volume de recursos deverá cair a R$ 130 milhões, frente aos desembolsos de 2008, que deverão alcançar R$ 180 milhões.
“Há uma cautela natural neste momento, já que empréstimos nos bancos ficou mais difícil. Não houve cancelamento de projetos, mas alguns deles foram adiados”, disse o presidente da Amis, ao abrir a 22ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas), que será realizada até quinta-feira no centro de convenções Expominas, em Belo Horizonte. A Amis ouviu 20 empresas associadas, na tentativa de perceber o impacto esperado da crise. Apesar da redução dos investimentos, não haverá demissões e a visão dos supermercadistas mantém uma dose de otimismo, segundo Nogueira Soares, principalmente para as vendas de Natal. Os negócios motivados pela data no ano passado foram os melhores da década, representando crescimento de 8,4% frente a 2006. A intenção, agora, é repetir o resultado.
“Não se trata de um otimismo sem fundamentos. Os supermercados são o setor menos afetado pelas crises cíclicas da economia e pela falta de crédito”, justifica o presidente da Amis. Ainda assim, Nogueira Soares disse que em 2009 serão necessários mais promoções e um trabalho redobrado de convencimento dos fornecedores para o varejo evitar reajustes de preços.
Veículo: O Estado de Minas - MG