Maior oferta pressiona os preços para baixo

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O clima favorável para a produção de hortigranjeiros contribuiu para a elevação da oferta de produtos ao longo de abril no entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O impacto promovido pelo aumento da oferta se refletiu, principalmente, nos preços das hortaliças que recuaram 5,5% ao longo do mês anterior.

 

A Ceasa Minas movimentou ao todo em abril R$ 307,12 milhões, valor 8,35% inferior aos R$ 335 milhões obtidos com as negociações de março. No período, foram ofertados 179,84 mil toneladas, entre hortigranjeiros, industrializados e cereais.

 

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Fernandes Martins, a queda nos valores de comercialização já era esperada. "O início da safra de vários produtos com peso significativo na alimentação fez com que a oferta e a qualidade fossem ampliadas, o que contribuiu para a redução dos preços, disse Martins.

 

O preço do grupo dos hortigranjeiros, formado por hortaliças, frutas e ovos, apresentou queda de 3,8% no preço médio em abril no comparativo com março no atacado da Ceasa Minas. O faturamento obtido com a comercialização dos itens chegou a R$ 143,9 milhões, o valor ficou 12% menor que os R$ 162,967 milhões alcançados em março.

 

As hortaliças, que incluem legumes e verduras, ficaram com preço médio 5,5% menor. O recuo nos preços foi justificado pela regularização da oferta de produtos de alta representatividade, como a vagem e o tomate. Já a queda de 2,1% no preço da frutas foi influenciada pelo período de safra de algumas mercadorias, como o limão tahiti, tangerina ponkan e laranja pêra.

 

Clima ajuda - De acordo com Martins, tradicionalmente, os preços dos hortigranjeiros começam a ceder a partir de abril e maio, devido à melhoria das condições climáticas nas regiões produtoras, onde a temperatura fica mais amena e com pouca incidência de chuvas.

 

Segundo o balanço do Ceasa Minas, entre as hortaliças, as que sofreram maior redução nos preços foram a vagem (-62%), o jiló (-59,7%), a couve-flor (-38,1%), o tomate (-37%) e a abobrinha (-32,2%). Ficaram mais caras no mês de abril em relação a março, o pimentão verde (23%), cebola roxa (14,8%), alho (14,7%), repolho híbrido (14,3%), batata (9%) e cenoura (8,8%).

 

Entre as frutas, os destaques das reduções de preços foram o limão tahiti que teve redução de 31%, seguido pela tangerina ponkan com queda de 29,3%, melão (-18,6%), laranja pêra (-16,2%) e abacaxi pérola (-10,5%). O preço do abacaxi, apesar da alta registrada em abril, esta com tendência de baixa em maio devido à safra. No mês anterior, ficaram mais caras a melancia (43,3%), as uvas niágara (28,2%), itália (18,1%) e rubi (16,1%), além da banana prata (3,9%).

 

A tendência neste mês é que os preços na Ceasa Minas se mantenham em patamares equivalentes aos registrados em abril. "Se o inverno não for rigoroso, acreditamos que os consumidores terão acesso a produtos de melhor qualidade e preços mais competitivos até novembro, período em que começam as chuvas, o que compromete a oferta e a qualidade dos produtos comercializados nas unidades da Ceasa Minas", disse Martins.

 

As comemorações da Semana Santa contribuíram para elevar os preços dos ovos. De acordo com Martins, o produto ficou 4,9% mais caro em abril, fechando em R$ 2,12 por dúzia no atacado. Além da influência da Semana Santa, os preços foram alavancados pela alta dos insumos. A tendência é que o preço recue ao longo de maio. Na primeira semana deste mês o preço médio praticado para os ovos de melhor classificação foi de R$ 1,73 a dúzia.

 

O valor obtido com a comercialização de produtos industrializados chegou a R$ 154,6 milhões, queda de 4% frente ao faturamento alcançado em março. O grupo de cereais também apresentou queda nos valores totais chegando a R$ 8,6 milhões, valor 23,3% inferior.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG

 


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