Inflação de alimentos não reduz faturamento

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A alta nos preços dos alimentos, pressionada pelo crescimento da demanda mundial desde o início do ano, não reduziu o faturamento de redes mineiras de supermercados. Muitos grupos se anteciparam aos reajustes e incrementaram o estoque. Com esta estratégia, conseguiram manter os preços por mais tempo, o que resultou em crescimento de até 20% na receita no primeiro trimestre deste ano.

 

Segundo representantes do setor, o perfil de consumo dos clientes continuou o mesmo do ano passado, quando a economia estava mais aquecida. Além disso, pelo fato de se tratarem de artigos essenciais, a alta nos preços dos alimentos não inibiu o consumo, embora tenha sido observado a migração para algumas marcas menos tradicionais na hora das compras.

 

O diretor do grupo Apoio Mineiro e da rede Super Nosso, Euler Fuad, disse que a formação de um estoque maior de alimentos permitiu o adiamento ao máximo do reajuste de preços. "Já é uma estratégia nossa, mas a partir de sinais do mercado fizemos uma reserva especial antecipando o aumento de preços. Fomos os últimos a aumentar os preços e essa prática foi a grande responsável pelo crescimento de 20% que registramos no primeiro trimestre desse ano na comparação com 2010", explicou.

 

Ainda assim, segundo ele, as altas aconteceram, principalmente, em alguns itens da cesta básica, como açúcar, feijão e derivados de soja e trigo. O momento agora, disse, já é de retração nos preços de alguns desses artigos. "Algumas mercadorias já estão sendo remarcadas para baixo e a perspectiva é que os próximos meses já registrem um aumento nas vendas", afirmou.

 

De acordo com o diretor comercial da rede Supermais, André Silveira, que possui 22 lojas e 11 bandeiras de supermercado na Zona da Mata, está havendo migração dos consumidores para marcas com preços menores. "Os produtos mais famosos e das marcas mais conhecidas foram deixados um pouco de lado. Como o consumidor não parou de comprar, ele escolheu a opção mais barata", disse. Segundo ele, o grupo negociou com outros fornecedores para ampliar as opções de produtos em níveis diferentes de preço para evitar que o consumidor buscasse esse diferencial no concorrente.

 

Silveira disse que o feijão, a carne e o açúcar chegaram a ter alta de até 50% apenas no primeiro trimestre desse ano. "Tentamos segurar esse aumento e absorver ao máximo alguns custos, mas chegou uma hora em que foi preciso repassar a alta para o consumidor", ressaltou. A expectativa da rede é fechar o ano no mesmo nível de faturamento registrado em 2010.

 

Acomodação - O proprietário da rede de supermercados Coelho Diniz, Ercílio Diniz, com sede em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, disse que já começou a verificar uma acomodação dos preços. No último mês, segundo ele, alguns itens, como arroz, feijão e açúcar, já tiveram redução nos preços or parte dos fornecedores e, em breve, a baixa vai chegar às gôndolas.

 

"Mantivemos nossa mesma expectativa para o ano, mesmo com esse período de inflação. Buscamos diversificar os itens vendidos para que o consumidor sempre tivesse uma opção mais barata de preços", afirmou.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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