Baú da Felicidade sai à procura de compradores

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O preço é o grande entrave para a conclusão das negociações de venda das Lojas do Baú da Felicidade, controladas pelo Grupo Silvio Santos, segundo informações de analistas do setor. Outro problema que as fontes do setor destacam é a falta de informações sobre as possíveis dívidas que a marca possui e que o grupo não revela para os interessados.

 

Para o advogado especializado em fusões e aquisições do Demarest e Almeida Advogados, Mario Nogueira, uma solução para a marca conseguir ser vendida e ainda alavancada é ser comprada por alguma empresa estrangeira que queira começar a atuar no Brasil, pois para quem está no País, a empresa é de médio porte e não possui tanta valia."O Baú da Felicidade é para quem deseja entrar no segmento no Brasil e tem dinheiro para fazer a expansão da marca e reformular questões ainda pouco definidas, pois para quem já está aqui e é uma empresa de grande porte, é necessário mais lojas para crescer", explica.

 

Ele também não descarta a possibilidade de um fundo estrangeiro aparecer e arrematar as propostas já feitas para o Grupo Silvio Santos. Lembrando que quem já vem fazendo isso nos últimos tempos é o banco de investimento BTG Pactual que, comprou o PanAmericano recentemente do mesmo dono e possui familiaridade com a forma organizacional que o mesmo administra suas empresas.

 

Possíveis donos

 

Elektra, Ponto Frio e MercadoMóveis (MM) também estariam na disputa pelo Baú. A MercadoMóveis, por exemplo, já afirmou em público seu interesse e elevou na semana passada sua oferta para a compra de 89 lojas. Sem revelar o valor, a empresa afirma que não deve desistir de fazer a aquisição.

 

A expectativa do superintendente do grupo MM, Márcio Pauliki, é que nos próximos 15 dias tenha uma resposta do Bradesco BBI - braço de assessoria financeira do banco que detém o mandato de venda das lojas do Baú da Felicidade - sobre a proposta apresentada. Caso passe para a próxima rodada de negociações, o empresário terá acesso às informações técnicas, ou seja, os números da varejista pertencente ao Grupo Silvio Santos. Procurado pelo DCI, o banco preferiu não falar sobre o assunto.

 

A rede paranaense possui 150 unidades em Santa Catarina e Paraná. A varejista sonha em reforçar sua presença na região desde a época em que a Dudony, outra local, entrou em recuperação judicial. Em 2009, a Dudony foi posta à venda e a Pauliki fez uma proposta por uma parte das lojas, mas o Baú levou e arrematou.

 

No início do ano, a rede fundada nos anos 80 pelo empresário Antônio Donizete Busiquia estava no topo da lista de análise de concordatas e falências fraudulentas feita por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Paraná.

 

Quem também está tentando recuperar as lojas é a consultoria norte-americana Cambridge Advisors to Family Enterprise, de John Davis, foi contratada há cerca de um mês por Silvio Santos para decidir os rumos da presidência de suas empresas.

 

A consultoria norte-americana é a mesma que fez a transição no comando da Gerdau em 2006 e do Grupo Pão de Açúcar em 2003, transformando o executivo Abílio Diniz em presidente. Porém, a venda também não deve diminuir o prejuízo O Grupo Sílvio Santos conta com SBT, Tele Sena, Lojas do Baú, Jequiti e Sisan que mesmo com a venda das Lojas do Baú deve fechar 2011 com um dívida de R$ 100 milhões, é que tudo indica. Procurada as lojas do Baú afirmam apenas que até o momento não tem um dono.

 

Entenda o caso

 

Após o rombo financeiro de R$ 4,3 bilhões revelados em novembro de 2010, o banco PanAmericano teve que recompor suas contas e ainda ser colocado à venda, porém ao que tudo indica não adiantou. O banco começou a colocar a "casa em ordem" após ser comprado pelo BTG Pactual este ano e no primeiro trimestre de 2011 e a nova diretoria, eleita em 6 de maio, revelou a revisão das estratégias de negócios para tornar a instituição mais competitiva no mercado, com o lançamentos de novos produtos e novo modelo de concessão de crédito, com foco em carteiras de menor risco, como consignado, veículos novos, pequenas e médias empresas e cartões de crédito.

 

Com a saída do Grupo Silvio Santos, a composição acionária da instituição ficou em 37,6% do BTG Pactual, 36,6% da CaixaPar e o restante free-float.

 

Como parte da estratégia para aumentar o volume de empréstimos, o PanAmericano pretende investir em novos produtos e ampliar sua participação em linhas de menor risco, como financiamento de veículos novos, consignado, crédito para pequenas e médias empresas (middle market, no termo em inglês) e cartões.

 

O principal segmento de atuação, o financiamento de veículos seminovos fechou o trimestre, com saldo de R$ 2,84 bilhões.

 


Veículo: DCI


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