GF avança no Sul de Minas

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Antes concentradas nas capitais e em cidades-polo, as grandes redes supermercadistas também têm como alvo hoje pequenos municípios. Para driblar a concorrência das gigantes do setor, as empresas locais precisam se profissionalizar para se manter competitivas.

 

Esta é a lição que o diretor de operações do grupo GF, atualmente com 10 lojas no Sul de Minas, Gustavo Franco, trabalha para aplicar no dia a dia da empresa. Aos 32 anos, o empresário é filho do presidente e fundador da rede, José Roberto Franco, e se prepara para, em breve, assumir os negócios idealizados pelo pai em 1984.

 

Há quatro anos, quando assumiu uma posição na empresa que, além das 10 lojas, mantém um atacado distribuidor e um centro de distribuição de hortifrúti em Três Corações, Franco sinalizou a importância da profissionalização por meio de processos padronizados focados em resultado. "A inteligência tem que estar na empresa e não nas pessoas", resumiu. Esta seria, portanto, a estratégia adotada pelo GF para afastar a concorrência de nomes de peso do segmento, como o Bretas, já instalado na região.

 

Segundo Franco, as mudanças surtiram efeito imediato e, desde 2007, os negócios da família cresceram cerca de 50%. Para 2011, a empresa prevê alcançar faturamento de R$ 230 milhões, um salto de 25% em relação ao ano passado.

 

Hoje, as 10 unidades da GF estão espalhadas em seis cidades do Sul do Estado. Além de Três Corações, onde o negócio nasceu e concentra hoje cinco pontos de venda, os municípios de Lavras, São Gonçalo, Boa Esperança, Lambari e Três Pontas têm um supermercado cada.

 

Ainda este ano, um segundo estabelecimento deve ser inaugurado em Lavras, mediante aporte de R$ 4 milhões. Até 2013, a empresa estuda, de acordo com o executivo, outras duas aberturas de lojas, mais uma vez em Três Corações e em Lambari.

 


Atendimento - A expansão reflete o bom momento do negócio, além dos processos padronizados que acarretaram um crescimento sustentável e atendimento diferenciado. Na opinião de Franco, este ponto é ainda mais crucial no interior, onde os clientes conservam o hábito de se programar para ir às compras e gastam bastante tempo nos supermercados.

 

Considerando este cenário, o diretor de operações do grupo dedica parte de seu dia a chamar os consumidores pelo nome, ouvir sugestões e reclamações. O trabalho no chão de loja busca também um contato mais estreito com os funcionários, alguns deles há mais de três décadas trabalhando na empresa. No total, os 10 pontos de venda da rede empregam 750 pessoas.

 

A questão do atendimento é, conforme o jovem empresário, um fator de peso para fidelizar a clientela. Diferentemente do que ocorre nas grandes cidades, os supermercados especializados ainda não têm vez no interior, o que exige preparação do segmento para receber bem uma variada gama de clientes com diversos tipos de orçamento.

 

O desafio, comum entre os varejistas, se torna ainda maior no setor supermercadista, fortemente marcado pela rotatividade. Normalmente encaradas como uma oportunidade de primeiro emprego, as vagas nestes estabelecimentos, na maioria das vezes, não vence tal barreira. No caso do GF, somente 20% dos colaboradores chegam a desenvolver carreira no grupo.

 

Além do atendimento, salientou Franco, outro ponto particular do negócio no interior é que os produtos básicos são os que alimentam a competição entre as empresas do ramo. "Trabalhamos com orçamentos mais tímidos, em que a dona de casa realmente consulta os panfletos e compara preços", disse.

 

Apesar de precisar ganhar os consumidores pelo bolso considerando as mercadorias essenciais, Franco destaca o papel que setores diferenciados representam na rentabilidade do negócio. Investir em uma padaria de qualidade, perecíveis e bazar já faz parte da rotina também dos supermercados de municípios menores. No caso da GF, Franco citou, por exemplo, o aumento da demanda por artigos importados.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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