Câmbio afeta faturamento da Cenibra

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Os custos da companhia são em real, mas as vendas são fechadas com base na moeda norte-americana.

 

Apesar da retomada dos preços da celulose no mercado internacional, a desvalorização do dólar continua a impactar o setor de forma negativa, conforme o presidente da Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), Paulo Brant. Os valores negociados da commodity já estão nos patamares pré-crise.

 

De acordo com o presidente da Cenibra, com planta em Belo Oriente (Vale do Aço), a tonelada do insumo é comercializada no mercado norte-americano atualmente por US$ 930. Para se ter uma ideia, em julho de 2007 a mesma quantidade da commodity era vendia por US$ 590 nos Estados Unidos, o que representa uma variação positiva de 57,6% no período.

 

No mercado europeu a celulose é cotada a US$ 880 a tonelada, contra US$ 530 em julho de 2009, período em que os preços eram impactados pela crise financeira global. Os preços do insumo subiram 66%.

 

Segundo o presidente da companhia, a retomada dos preços no mercado internacional é resultado da retomada gradual das economias dos principais destinos da celulose produzida no Brasil.

 

Mas, conforme Brant, mesmo com o incremento nos valores negociados, a receita das indústrias do setor é impactada pela desvalorização do dólar frente ao real. "Os custos das empresas são em real, mas as vendas são feitas com base na moeda norte-americana", afirmou. Dessa forma, há uma queda na receita em relação ao custo operacional.

 

A Cenibra exporta a maior parte da produção em Minas Gerais. De acordo com Brant, apesar do aumento na demanda, a empresa não deverá registrar incremento na produção em Belo Oriente. "Já estamos operando com 100% da capacidade produtiva", disse. Neste ano, a indústria deverá produzir 1,190 milhão de toneladas de celulose.

 

No limite da capacidade, apesar da alta na demanda, a Cenibra não deverá registrar expansão na produção

 

Aportes - Para aumentar a capacidade produtiva, a Cenibra possui plano de aportes da ordem de US$ 1,5 bilhão. Segundo o presidente da companhia, o projeto ainda depende de aprovação do Conselho de Administração. Os estudos estão sendo finalizados para serem enviados ao conselho, conforme ele.

 

Os aportes serão feitos na instalação da terceira linha em Belo Oriente. A produção deve atingir cerca de 2,2 milhões de toneladas anuais, um incremento de 80%. Caso o investimento seja aprovado, a Cenibra deverá concentrar cerca de 10% da produção mundial de celulose, cuja demanda global varia entre 22 milhões de toneladas e 25 milhões de toneladas/ano.

 

O mercado chinês deverá ser o principal destino da produção adicional de 1 milhão de toneladas que será viabilizada com os aportes, conforme já informado. O país asiático deverá responder por 35% da celulose produzida pela empresa. Atualmente a Europa consome cerca de 35% da produção da Cenibra, seguida pelo Japão (20%) e o resto da Ásia (20%).

 

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações da Cenibra movimentaram US$ 238,284 milhões entre janeiro e abril deste ano. O resultado representa incremento de 0,78% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado, quando totalizou US$ 236,435 milhões. A companhia é a sexta maior empresa exportadora do Estado e responde por 2,05% da pauta.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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