Agrava-se conflito entre Casino e Pão de Açúcar

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O conflito gerado entre o Grupo Pão de Açúcar e seu sócio francês Casino Guichard Perrachon - originado de uma aproximação entre o empresário Abilio Diniz e o grupo Carrefour - ganhou maiores proporções. O Casino pediu a instauração de procedimento arbitral na Câmara de Comércio Internacional (ICC) contra a família Diniz na segunda-feira. A sede da discussão será São Paulo.

 

O grupo Pão de Açúcar informou ontem o fato em comunicado ao mercado e relatou que ainda não foi oficialmente notificado - o que deve ocorrer daqui a três ou quatro dias, conforme cronograma seguido pelo órgão julgador.

 

O Casino considera que foi descumprido o acordo de acionistas da Wilkes Participações S.A, veículo que controla o Pão de Açúcar, dividido em partes iguais entre Casino e a família Diniz.

 

Ontem, por conta das divergências entre os sócios, as ações da varejista caíram 4,37%, a maior perda do Índice Bovespa. Para o grupo francês, a decisão de apelar à arbitragem tem como objetivo chamar atenção de Abilio Diniz, mostrando que ele não pode negociar com o Carrefour sem informar os sócios sobre a iniciativa. Além disso, o Casino busca se proteger contra eventual movimentação que envolva seu concorrente francês.

 

Segundo fontes ligadas ao Casino, até o momento Diniz não entrou em contato com o sócio para falar sobre o assunto. Quando a notícia sobre a negociação com o Carrefour começou a circular na França, o Casino pediu esclarecimentos ao Pão de Açúcar, que negou a existência de qualquer tratativa. Em seguida, o mesmo questionamento foi feito a Diniz, que teria confirmado a aproximação inicial, sem entrar em detalhes.

 

Uma das cláusulas do acordo de acionistas prevê a não concorrência entre Casino e família Diniz, ou seja, nenhum deles pode fazer negócios no ramo de varejo no Brasil que entre em competição com o Pão de Açúcar.

 

A queda das ações da companhia na bolsa brasileira reflete o temor dos investidores de que o estremecimento da relação entre os sócios seja profundo e que haja uma quebra de confiança. O acordo de acionistas é válido até 2045. A partir de 2012, o Casino tem a opção de assumir o controle de Wilkes por R$ 1,00, e passar a indicar o presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, diminuindo sensivelmente o poder de Diniz sobre a companhia.

 


Veículo: Valor Econômico


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