Demonstrar o amor no Dia dos Namorados torna-se caro ao considerar a alta carga tributária no País, mesmo nos itens mais baratos. A tradicional caixa de bombom com 400 gramas vendida por R$ 7,48, em média, custaria R$ 4,66 sem impostos. Já o cartão de presente para escrever a mensagem encontrado nas papelarias por R$ 3,99 seria vendido por R$ 2,49.
A explicação é que os produtos não essenciais para o consumidor têm alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e do Imposto sobre Produtos Industrializados mais altas. "Se o item for de luxo ou maléfico à saúde a tributação é ainda maior', diz o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, João Eloi Olenike.
Aqueles dispostos a comprar eletroeletrônicos de presente, categoria que desponta na intenção de compras no comércio eletrônico, devem estar com o bolso preparado, pois as alíquotas chegam a 72,18% do valor do produto, no caso do PlayStation 3 com valor médio de R$ 1.000. Não fossem os impostos, o videogame seria vendido por R$ 278,20. E os cartuchos dos jogos, em vez de R$ 119 custariam R$ 33,11.
Para os tablets (computador sensível ao toque), atual sensação tecnológica, com preço médio de R$ 2.000, a carga tributária é de 42%. Sem encargos, ficaria na casa dos R$ 1.160. Com o equipamento sendo produzido no País, a expectativa é que a alíquota seja reduzida e o preço fique mais acessível ao consumidor.
IMPORTADOS - Entre os itens fabricados no Exterior, os perfumes têm maior carga tributária entre os potenciais alvos de presentes, de 78,43%. Considerando o preço sem imposto, o frasco do 212 Vip Carolina Herrera com 50 ml custaria só R$ 59,72 frente aos R$ 276,90.
Mesmo para os perfumes produzidos em território nacional as alíquotas de ICMS e IPI são pesadas. O imposto representa 69,13% do preço. Sendo assim, o valor do Egeo Man de 100 ml da marca O Boticário não custaria R$ 62,90, mas R$ 19,41.
"O governo federal entende que é melhor a população comprar feijão e arroz do que chocolate, vinho, perfume ou livros", acrescenta Olenike. Mesmo as flores têm tributação alta, um buquê comercializado por R$ 49,90 teria valor real de R$ 41,06 não fosse a carga de impostos.
Vestuário e acessórios têm alíquota de 58%
Presentes na lista dos desejos de consumo da maioria das mulheres, as joias, bolsas de couro e sapatos estão entre os produtos com maior incidência de impostos. Apenas as joias têm 50,44% do preço final composto por diversas alíquotas de encargos. Por sua vez, a carga tributária abocanha 41,52% do valor das bolsas de couro e dos sapatos, fatia de 36,17%.
Entre os itens cobiçados pelos homens, o tênis importado modelo Nike Air Max Torch 6 vendido por R$ 299,90 seria comercializado por apenas R$ 124,18. Muitos fabricantes e importadores relatam que é a alta carga tributária do Brasil que impede a expansão mais rápida das vendas ou em muitos casos inviabiliza ter operação própria em território nacional.
Na categoria vestuário, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e o Imposto sobre Produtos Industrializados corresponde a 34,67% dos preços. No jeans, este número sobe para 38,53%. O cachecol, boa opção de presente para a atual estação, vem em seguida com fatia de 34,13% de participação no preço.
Veículo: Diário do Grande ABC