O setor têxtil estima prejuízo anual de cerca de R$ 300 milhões, caso seja sancionado pela presidente Dilma o projeto de lei que determina que as roupas íntimas vendidas no país tenham etiquetas com alertas sobre câncer.
O projeto foi aprovado em maio pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e já havia passado pelo Senado.
O prejuízo calculado pelo setor considera o custo de cada etiqueta (de R$ 0,07 a R$ 0,10) e despesas operacionais, como frete, estoque e impostos recolhidos.
São cerca de 8.000 empresas que fabricam lingeries no país, com produção de cerca de 1 milhão de peças por ano, estima a Abit (associação da indústria têxtil).
"Uma calcinha não pode ser comparada a um cigarro, que é o produto que provoca o mal à saúde. A medida é inócua e cria dificuldades para os fabricantes, além de aumentar o preço ao consumidor final", diz o empresário Ronald Masijah, da Darling, e presidente do Sindivestuário (sindicato da indústria do vestuário).
Para atender a essa determinação, o empresário diz que teria de comprar máquinas para colocar as etiquetas e contratar funcionários.
Oswaldo Oliveira, diretor do grupo Rosset (da marca Valisère), lembra que não há consenso nem no CRM (Conselho Regional de Medicina) sobre as dicas de prevenção.
"O que o projeto faz é impor mais uma penalidade ao setor, que enfrenta dificuldades para ser competitivo."
Veículo: Folha de S.Paulo