Depois de reativar a planta de Pouso Alegre (Sul de Minas), a multinacional inglesa Rexam deve inaugurar a segunda linha de produção da unidade no terceiro trimestre deste ano. O projeto, que demandou investimento total de R$ 64 milhões, visa aumentar em 800 milhões a produção do corpo das embalagens de 350 ml/ano, dobrando a capacidade da fábrica, de onde saíram as primeiras unidades produzidas no país, há duas décadas.
Até o momento, a planta de Pouso Alegre gerou 120 empregos diretos e 350 indiretos, segundo o diretor Comercial para a América do Sul, Renato Estevão. Esses foram os números inicialmente anunciados pela empresa e não há previsão de aumento de contratações. A decisão de reativar, após oito anos, e rapidamente ampliar a capacidade produtiva da fábrica deveu-se às vantagens logísticas e, também, à velocidade de resposta a esse incremento.
No momento, a primeira linha produtiva, ativa desde fevereiro de 2011, ainda não atingiu a sua capacidade máxima, como destaca o executivo. "Estamos na curva ascendente de produção, dentro do planejado", aponta.
Somado à outra unidade da Rexam, localizada em Extrema, também no Sul de Minas, a companhia espera atingir 3,8 bilhões de latas/ano no Estado, já em 2012 para atender a uma demanda crescente do mercado nacional proveniente do setor de bebidas, o principal consumidor nacional desse tipo de embalagem. Segundo o executivo, não há aporte previsto para essa planta.
Além do investimento em Minas Gerais, a Rexam também anunciou a construção de uma fábrica no Norte do país e expansão das unidades de Jacareí (SP) e de Recife (PE). A estratégia, segundo o executivo, tem como objetivo aumentar a produção de latas de alumínio na América do Sul das 11 bilhões de unidades relativas a 2009 para 14 bilhões até 2012.
Segundo a Abralatas, a previsão de consumo para este ano é de cerca de 20 bilhões de latas de alumínio
Mercado - Somente na América do Sul, além das plantas de Minas Gerais, há fábricas de latas para bebidas no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal, Manaus, Recife, Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina). A empresa tem, ainda, duas plantas especializadas em embalagens plásticas em São Paulo.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), em 2010, 550 latas de alumínio foram abertas por segundo no país. O consumo de 17,3 bilhões de unidades foi 16,9% superior ao registrado no exercício anterior.
Nos últimos cinco anos, o percentual foi de 82%, fruto da inserção de mais consumidores no mercado interno e, também, da aposta de segmentos estratégicos, como o de cervejarias, na utilização desse tipo de embalagem que já corresponde a 38,5% das vendas do produto. O chamado "latão" de 473 ml registrou acréscimo de 51% na demanda.
A previsão de consumo para 2011 é de 20 bilhões de latas de alumínio. Mas a grande expectativa do setor é a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, quando o consumo de cerveja registra aumento médio de 40% no país.
Veículo: Diário do Comércio - MG