Expansão do Walmart conta com pedreiras

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Falta de mão de obra qualificada e interesse social motivaram contratação de mulheres

  

Com planos de investir R$ 1,2 bilhão na construção de 80 novas unidades, o Walmart encontrou uma saída para amenizar os problemas causados pela falta de mão de obra qualificada que assola a construção civil: vai contratar mulheres para trabalhar como pedreiras em suas obras. O primeiro canteiro a receber operárias na equipe é o de São Bernardo do Campo, em São Paulo, onde a varejista vai inaugurar no fim do ano uma loja da rede Sam"s Club.

 

Das 200 vagas de pedreiro que serão abertas nesse empreendimento, 50 já foram preenchidas por mulheres - todas alunas do curso de construção civil do programa "Mulheres Construindo Autonomia", desenvolvido pela prefeitura com a Secretaria de Políticas para Mulheres, do governo federal.

 

"Uma das vantagens é que essa mão de obra já está capacitada", disse Daniela De Fiori, vice presidente de Sustentabilidade do Walmart. "Por isso, já estamos firmando parcerias com outras prefeituras do País, onde temos obras previstas." Das 80 unidades anunciadas para este ano, a varejista já inaugurou 12.

 

A companhia foi a primeira empresa privada a aderir por iniciativa própria ao programa da Secretaria de Políticas para Mulheres, que desde o ano passado capacitou 5,2 mil operárias da construção civil em oito Estados. As demais parcerias foram motivadas por exigências do governo federal em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A iniciativa do Walmart dá início a uma nova fase do projeto de qualificação de mulheres para construção civil", diz a ministra Iriny Lopes. "A partir de agora, vamos criar novas turmas apenas onde haja garantia de contratação por algum empregador."

 

Para o Walmart, a contratação de pedreiras traz benefícios em duas frentes, segundo Daniela De Fiori: além de garantir mão de obra qualificada nas obras, a iniciativa tem caráter social. "À medida que conseguimos melhorar a renda das mulheres, ajudamos a sociedade também, porque elas são responsáveis por 80% das decisões de compra."

 

No grupo de pedreiras que começaram a trabalhar na obra de São Bernardo do Campo, está a ex-faxineira Cosmira Souza Nunes, de 38 anos - mãe de quatro filhos e com o marido desempregado. Ela trocou as casas de família pelo canteiro de obra depois de passar pelo curso de pedreira. Com as faxinas, em quatro lugares diferentes, Cosmira conseguia uma salário mensal de R$ 600. Como pedreira, ela recebe R$ 1,1 mil. "Com horário para entrar, sair, almoçar e descansar."

 

A vice presidente de Sustentabilidade do Walmart relaciona a contratação de mulheres nas obras com a tendência mundial do grupo de aumentar o número de funcionárias - também em cargos de liderança - em seu quadro. No Brasil, dos 83 mil funcionários da rede, 51% são mulheres. No alto escalão, no entanto, elas não passam de 35%.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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