No mercado de cuidados bucais, os anti-sépticos representam só 21% do faturamento das pastas de dente. Mas enquanto os cremes dentais cresceram apenas 14% nos últimos cinco anos, os anti-sépticos acumularam 114% de aumento no período. Este ano, especialmente, o produto tem tido maior aceitação, segundo pesquisa feita pela Nielsen. Ao apurar o desempenho de vendas de 156 artigos de supermercado entre janeiro e setembro, os antissépticos bucais foram os que apresentaram maior crescimento de vendas em volume: 24,6%.
"A categoria escova e pasta de dentes têm 98% de penetração no Brasil", diz João Marcos Branco, gerente de produtos da Procter & Gamble. Mas anti-séptico tem só 20%. "Por isso estamos nos concentrando em divulgar essa prática. Uma vez que a pessoa se acostuma, não deixa mais de usar, como hábito de higiene. Mesmo com crise de consumo", acrescenta o executivo. Conforme a Nielsen, o faturamento de anti-sépticos em 2007 foi de R$ 327 milhões e, o de pastas, R$ 1,532 bilhão.
Em julho deste ano, logo depois de entrar em vigor a Lei Seca no país, a Procter & Gamble aproveitou a oportunidade para fazer uma ação promocional que ganhou o nome de "Patrulha Oral B". Durante o mês, freqüentadores de 300 bares de São Paulo foram abordados e receberam amostras. "O intuito era aproveitar o gancho da Lei Seca para dizer que o antisséptico não tem álcool, e que, portanto, pode ser usado sem gerar preocupações com o bafômetro", diz Branco. No total, a campanha, que envolveu também visitas a 50 pontos-de-venda do produto - farmácias e drogarias da cidade -, 150 mil pessoas foram atingidas.
Com campanhas desse tipo e ações nos pontos-de-venda, a marca cresceu suas vendas em volume 80% nos últimos 12 meses. "Em nenhum momento a intenção foi dizer que o enxaguante bucal pode tirar o hálito de álcool para fazer o motorista passar no teste do bafômetro", diz Branco. Mas, segundo o gerente, em alguns casos houve esse entendimento por uma parcela do público. (LC)
Veículo: Valor Econômico