O leilão dos cinco lotes de rodovias paulistas que acontece amanhã, na cidade de São Paulo, promete ser um termômetro dos rumos que o mercado de concessões tomará nos próximos anos. Grandes empresas do setor, como a Companhia de Concessões Rodoviárias e a OHL Brasil, que já manifestaram abertamente seu interesse pelos trechos, guardam a sete chaves o que reservam para esta quarta-feira.
Oneradas com os aportes que tem de realizar, referentes às últimas concorrências realizadas, das estradas federais e do Rodoanel Paulista, elas teriam de levantar recursos em novos financiamentos ou com parceiros, em plena crise financeira mundial, para levar o leilão. Dentro deste contexto, o Governo do Estado de São Paulo publicou a intenção de várias instituições financeiras de bancar o projeto. A disposição foi confirmada tanto pela Caixa Econômica, com co-intenção de oferecer crédito de até R$ 759 milhões, como pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que, por sua vez, estabeleceu teto em 25% da obra ou até um limite de US$ 200 milhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) informou poder bancar até 70% dos aportes previstos pelos seis primeiros anos concedidos, a um prazo de pagamento de 144 meses. Procurada pela reportagem, nem a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) concordou em comentar o assunto.
As licitações de amanhã, que envolvem as Rodovias Carvalho Pinto/Airton Senna, Marechal Rondon, Raposo Tavares e Dom Pedro I, serão decididas pelo menor valor da tarifa, pelo modelo de concessão onerosa que exigirá outorga (espécie de sinal) de quase R$ 3,5 bilhões, a ser paga em 18 meses. Os investimentos no total de mais de 1,7 mil quilômetros que irão à concorrência são da ordem de R$ 8 bilhões.
Veículo: DCI