Pólo de moda do Barro Preto prevê faturamento menor nos dois últimos meses do ano.
As sucessivas altas da moeda norte-americana já afetam as confecções do Barro Preto, pólo de modas da capital mineira. A informação é do vice-presidente da Associação Comercial do Barro Preto (Ascobap), Mário Luiz Moura. Segundo ele, os preços dos insumos utilizados pela indústria de roupas da região sofreram elevação de 10%, impactando diretamente nas expectativas dos fabricantes. De acordo com Moura, a previsão é de que a receita bruta nos últimos dois meses do ano seja 7% inferior à registrada no mesmo intervalo de 2007.
Entretanto, o vice-presidente comentou que o setor ainda está otimista. "Mesmo com a queda em relação a 2007 o faturamento no final do ano é sempre muito interessante, principalmente quando comparado aos demais meses", disse.
Apesar da escalada nos preços dos insumos, ele assegurou que o repasse ao consumidor não será imediato. Moura explicou que as fábricas ainda têm algum estoque, porém, o montante não será suficiente para sustentar a produção por muito tempo. "As confecções do Barro Preto trabalham com estoque pequeno. Acredito que no início do ano todas já terão reajustado o preço final", disse.
Na confecção de artigos de vestuário para gestantes Grávida Vaidosa as principais matérias-primas utilizadas tiveram aumento de 10%, conforme avaliou Moura, que também é proprietário da empresa. "As peças que estão prontas não terão os preços alterados. Porém, as que utilizarem matéria-prima com aumento serão comercializadas com valor reajustado", observou.
Impacto - De acordo com o proprietário da Pic Jeans, Humberto Pires, os insumos que mais sofreram interferência da valorização do dólar frente ao real foram os botões, os materiais químicos utilizados nas lavagens e os acessórios de metais que são aplicados às peças jeans. O empresário revelou que, nestes casos, a alta variou entre 5% e 10%.
Questionado sobre a possibilidade de apostar no mercado externo para driblar a cotação da moeda, Pires disse que a empresa embarca uma pequena fatia da produção para o exterior. "Nosso foco realmente é o mercado interno. Exportamos algumas peças, mas a quantidade não é tão relevante. Além disso, não é fácil ganhar espaço lá fora", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - MG