A chuva voltou a atrapalhar a moagem de cana no Centro Sul do Brasil - que concentra quase 90% da produção brasileira - e mais uma vez a produção de açúcar foi afetada. Na primeira quinzena de outubro a queda na produção de açúcar foi de 24% e, no acumulado de toda a safra, o recuo está em patamares de 6%. "Do ponto de vista de fundamentos, a tendência é de alta nos preços dessa commodity, mas nessa turbulência toda não há como avaliar se isso vai acontecer", afirma Mário Silveira, analista de gerenciamento de risco da FCSTone.
Entre 1 e 15 de outubro o aproveitamento foi de 72,7%, ante os 85% da quinzena anterior. A queda equivale a uma perda de dois dias de moagem, segundo a União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica). A entidade divulgou que a quantidade de açúcar extraída da cana moída recuou 6,2% em relação à quinzena anterior.
No acumulado da safra, o volume de cana moída atingiu 378,8 milhões de toneladas, 7,4% acima do realizado no mesmo período do ano passado. Já o volume de produtos obtidos por tonelada de cana caiu 2,16%.
Com as chuvas, mais uma vez a produção de açúcar é que foi prejudicada. Na quinzena, o volume produzido foi 24,21% menor que o registrado na mesma quinzena do ciclo 2007/08. No acumulado da safra, a produção está 6,03% menor, o equivalente a 1,3 milhão de toneladas, indicando que a produção de açúcar na safra 2008/09 será inferior ao aos 26,2 milhões de toneladas produzidos no ciclo anterior.
A primeira quinzena do mês foi uma das mais alcooleiras entre as semanas desta safra. Do total processado, apenas 38,79% foram para produção de açúcar. Na média desde o começo da safra, esse mix está 40,61% da açúcar e 59,39% para etanol.
Até 15 de outubro, a produção do etanol anidro atingiu 6,2 bilhões de litros enquanto a de etanol hidratado, 12,28 bilhões de litros. A produção total de etanol está 14,53% acima do total atingido até 15 de outubro de 2007. De acordo com informações da Unica, as condições climáticas observadas na segunda quinzena de outubro têm sido mais favoráveis, apontando para a possibilidade de uma recuperação nas perdas ocorridas na primeira quinzena do mês.
Veículo: Valor Econômico