O Wal-Mart inaugurou ontem, em Salvador, sua primeira Loja da Comunidade. Previsto para funcionar ao lado dos supermercados populares Todo Dia e atacadistas Maxxi, por enquanto restritas à região Nordeste, o novo modelo oferecerá prestações de serviço à população, como emissão de documentos e cursos profissionalizantes. Segundo Héctor Núñez, presidente do Wal-Mart, a proposta ajudará a rede a criar laços mais fortes com o consumidor. Uma arma a mais a ser usada em tempos de crise, como afirmou na entrevista a seguir.
FOLHA - A Loja da Comunidade é uma forma de enfrentar a crise?
HÉCTOR NÚÑEZ - Nossa missão é oferecer preço baixo, sempre. Nas crises, esse conceito brilha ainda mais, e as Lojas da Comunidade ajudam a concretizar essa missão.
FOLHA - A rede já sentiu reflexos da crise?
NÚÑEZ - Não, continuamos com a mesma tendência de crescimento de antes. Mantemos relações próximas com os fornecedores e estamos negociando de todas as maneiras para não repassar aumentos. Os importados que vendemos são trazidos pela própria empresa e já estavam em casa ou negociados, em vias de entrarem [na rede]. Teremos um Natal forte e tranqüilo, sem pressão.
FOLHA - E as negociações futuras?
NÚÑEZ - Se houver algum tipo de pressão por aumento, insistiremos nas negociações e veremos o que vamos fazer. Mas, de qualquer maneira, é preocupação de 2009.
FOLHA - O Wal-Mart mantém os planos de investir de R$ 1,6 bilhão a R$ 1,8 bilhão na abertura de 80 a 90 lojas no país em 2009?
NÚÑEZ - Sim, a operação brasileira tem dado bons retornos para a companhia e a confirmação dos investimentos reforça a percepção positiva da matriz em relação ao país.
FOLHA - A matriz do Wal-Mart está no epicentro da crise. A redução de consumo nos EUA pode afetar os planos para a operação brasileira?
NÚÑEZ - Enquanto todas as outras redes varejistas estão com crescimento negativo nos EUA, o Wal-Mart está brilhando, com aumento nas vendas [...] No Brasil, a situação não é diferente, e a empresa mantém os investimentos no país.
Veículo: Folha de S.Paulo