Queda nas vendas em MG supera previsões

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Amis aponta recuo de 8,30%.

 


As vendas do setor supermercadista caíram 5,19% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado e 8,30% na comparação com abril. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o recuo é de 0,89% sobre o mesmo período de 2010. O resultado surpreendeu o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, que atribui a queda às medidas adotadas pelo governo federal para combater a inflação via aumento de juros, cuja principal conseqüência é a diminuição do consumo.

 

"Nós achamos que este resultado é um sinal para o governo. O remédio foi forte demais", avaliou o superintendente da Amis. Embora uma redução nas vendas fosse prevista pelo setor, o desempenho de maio ficou aquém do esperado pelos supermercadistas. Apesar disso, ressalta Rodrigues, "Minas ainda está numa situação melhor que a média do Brasil". Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgados ontem mostram que no país a queda nas vendas do setor foi de 11,34% em maio em comparação a abril.

 

De acordo com Adilson Rodrigues, este recuo indica que a população está "pisando no freio" para fugir dos juros. Esta é também a explicação de outros supermercadistas ouvidos na pesquisa Termômetro de Vendas da Amis de maio. Com medo dos juros, os consumidores compraram menos nos supermercados para quitar outros compromissos. Pesou também a base alta de comparação com abril, mês da Páscoa, quando os supermercados em geral vendem mais.

 

Entretanto, Rodrigues acredita que haverá uma melhora nas vendas dos supermercados em junho. Sua expectativa é de que o Banco Central entenda o recado e comece a rever algumas medidas de restrição ao crédito. " o resultado da média do país divulgada pela Abras que dá este sinal", pondera. Além disto, ele aposta numa reação do próprio setor, que para manter e recuperar o faturamento deve tomar medidas mais agressivas para atrair o consumidor, como campanhas e promoções.

 

A pesquisa mostrou também que a queda nas vendas foi generalizada em todo o Estado, com desempenhos piores no Norte (-10,32%), no Sul (-9,84%) e no Centro-Oeste (-9,07%). Mas as demais regiões ficaram muito próximas, com queda de 8,08% na Central, de 8,24% na Zona da Mata, 4,87% no Triângulo e 4,78% no Vale do Rio Doce.

 

Fusão - Em relação à fusão dos grupos Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil, Adilson Rodrigues disse que "a princípio não vê problema no negócio", embora as informações que tenham chegado à Amis tenham vindo apenas através da imprensa. Ao contrário, Rodrigues acredita que a fusão irá fortalecer as duas redes e poderá render benefícios para os consumidores com a redução de custos.

 

Ele argumenta que em Minas Gerais o abastecimento é muito pulverizado, situação muito diferente de outros estados, onde existe maior concentração, com destaque para São Paulo. "Esta pulverização protege o Estado", afirma, já que garante a manutenção da concorrência. Em Minas funcionam 3,5 mil empresas supermercadistas em 6.552 lojas. São redes grandes que funcionam na Capital e no interior.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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