A alta dos preços do leite aos produtores em decorrência do clima adverso - seca prolongada no Sudeste e Centro-Oeste e frio excessivo no Sul - e dos maiores custos de produção deve levar as indústrias de leite longa vida a reajustarem seus preços.
Em junho (pagamento referente ao produto entregue em maio), o leite ao produtor alcançou um preço médio de R$ 0,814 por litro no país. No pagamento anterior, ficara em R$ 0,799 por litro, conforme levantamento da Scot Consultoria.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa (ABLV), Laércio Barbosa, os preços do leite longa vida no mercado subiram cerca de 10% do início do ano - período de safra - até maio. Então, ficaram os dois últimos meses estáveis, negociados por R$ 1,70 a R$ 1,80, em média, no atacado do país.
Com a elevação do preço da matéria-prima por conta da menor captação de leite pelas indústrias, a tendência é de nova alta, na casa dos 10% até setembro quando se inicia a safra nas principais bacias leiteiras do país, prevê Barbosa.
Citando o índice de captação de leite Cepea/Esalq, o dirigente lembra que em maio a produção nacional caiu 2% em comparação com mês anterior.
Além de a produção no Sul do país - que está em período de safra - ter ficado abaixo do esperado, Barbosa observa que o consumo de lácteos de uma maneira geral segue firme.
Veículo: Valor Econômico