Como o frio intenso reduziu a produção do leite no Estado, o consumidor já começa a sentir no bolso o reflexo. O produto deverá fechar a semana com um acréscimo de 5% a 8% para o consumidor.
A tendência, entretanto, é de que esse preço se estabilize em julho, a não ser que a temperatura volte a cair, prevê a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Segundo o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, como o período de entressafra do leite vai até agosto, há ainda uma pequena margem para algum aumento. Mas o dirigente acredita que o efeito possa ser reduzido já que o produtor tem se preparado melhor para esta época do ano com ração de qualidade para o gado, em razão dos problemas com frio intenso e geadas afetarem as pastagens.
Para o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), a queda estimada na produção de leite deverá ser próxima a 15 milhões de litros até o final do mês, comparada ao mesmo período de 2010.
– Calculamos uma redução de até 10% na produção do leite em julho, o que significa 500 mil litros por dia. A situação deve ser normalizada na segunda quinzena de agosto – explica o diretor do Sindilat, Darlan Palharini.
Alguns produtores também sentem o impacto da baixa produção no bolso. É o caso de Remi Luis Becker, que teve a produção de 1,9 mil litros diários reduzida em 30%. Becker possui uma propriedade no interior de Augusto Pestana, noroeste do Estado.
– A aveia e o azevém de 50 hectares queimaram. Tive um gasto adicional de R$ 450 por dia com ração e silagem para as 70 vacas, e mesmo assim a produção caiu. Vou investir na adubação de cobertura com nitrogênio para acelerar a recuperação do pasto. Isso deve gerar mais gastos – destaca o produtor.
Veículo: Zero Hora - RS