Receita de leilão de rodovias girará R$ 11,5 bi

Leia em 3min 40s

A disputa ocorrida ontem, pela concessão, à iniciativa privada, de cinco lotes de rodovias paulistas, envolvendo R$ 8 bilhões de aportes totais nestas vias e quase R$ 3,5 bilhões de outorga (espécie de entrada que assegura o direito a concessão), viu maior concorrência nos trechos que vão demandar menor volume de investimentos, e um número menor de participantes nos lotes considerados "estratégicos" pelas empresas. O setor presenciou a peleja entre nove grupos, com cinco vencedores distintos, ao passo que assistiu à volta do Grupo Norberto Odebrecht ao segmento, desde que deixou a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), ao levar a cara Rodovia Dom Pedro I por uma outorga de R$ 1,34 bilhão.

 

O processo licitatório indicou a preocupação com a possível escassez de crédito no mercado, por conta da crise econômica, o que norteou a estratégia das participantes, que tiveram de correr atrás de grandes instituições financeiras para tornar possível o pagamento, especialmente dos 20% prévios do valor total da outorga, necessários no ato da assinatura dos contratos.

 

"Esperávamos pouca disputa pelo lote que levamos, por conta dos investimentos robustos necessários, em meio a um cenário de crise de liquidez", comentou Geraldo Villin, diretor de Investimentos da Odebrecht, ao salientar que apesar de não ter levado o lote Marechal Rondon Oeste, em que também concorreu, o Grupo ficou com a fatia esperada do bolo de licitações. O Grupo conseguiu a Rodovia D. Pedro I, por proposta única, já que a Triunfo Participações e Investimentos deixou a última concorrência, depois de ter ganho a anterior, da Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto - uma das mais disputadas.

 

Pela Rod. D. Pedro I, a Odebrecht, por meio das empresas Odebrecht Infra-Estrutura e Odebrecht Serviços de Engenharia e Participações, terá de desembolsar outorga superior a R$ 1,3 bilhão, sendo 20% no ato do contrato e o restante em 18 meses, fora o aporte de R$ 2,41 bilhões para os próximos 30 anos de concessão. Como parceiro, no início do processo, a empresa recorreu ao Banco Santander. O deságio (referência negativa do teto para a tarifa de pedágio) ofertado pelo Grupo foi 6,01% e tarifa de R$ 0,101414 por quilômetro - o menor do dia.

 

Concorrência

 

O lote mais concorrido do leilão foi o da Rodovia Marechal Rondon Oeste, sendo a segunda outorga de valor mais baixo, e teve sete propostas inscritas. O trecho foi levado pela BR Vias, que é composta por duas empresas do grupo nacional Compote. O presidente da concessionária, Martus Tavares, ex-ministro do Planejamento, analisou que o lote conquistado institui uma sinergia com a Transbrasiliana (BR 153), que corta o Estado de São Paulo, administrada atualmente pela empresa. "Como a rodovia está duplicada e em boas condições, já esperávamos uma competição forte", como disse.

 

Para a concessão da Marechal Rondon, a outorga foi fixada em R$ 411 milhões, com aportes médios de R$ 1,3 bilhão no trecho de 243 quilômetros. Disputaram, ainda, este lote, o consórcio Invepar OAS, a Equipav S.A., a Triunfo, Autorondon, Cegens Rodoeste e o Grupo Odebrecht.

 

Litoral

 

No caminho que divide a preferência dos usuários com a Nova Dutra, da CCR, um dos trechos rumo ao litoral norte paulista, o lote Airton Senna Carvalho Pinto, foi o segundo mais requisitado, e quem levou foi a concessionária Triunfo Participações, ao apresentar um deságio de 54,9% em relação ao teto estipulado pelo Governo, ao apresentar tarifa de R$ 0,0488560 por quilômetro. "Teremos R$ 200 milhões de empréstimo ponte do Votorantim para viabilizar essa proposta", contabilizou Carlos Botarelli, CEO da Triunfo, que já havia perdido o lote da Raposo Tavares, desistido do da Marechal Rondon Leste, e, em seguida ao levar a Ayrton/Carvalho, retirou a proposta feita pela Dom Pedro I.

 

O lote conquistado pela Triunfo, de outorga mais baixa (R$ 594 milhões), terá aporte na casa dos R$ 903 milhões, para 142 quilômetros. Botarelli, atento, crê que a crise financeira internacional deixa as condições para obtenção de recursos "proibitivas", com a instituição de espécie de garantia de 1,5% para conceder o financiamento necessário para a efetivação da concessão.

 

Veículo: DCI


Veja também

Demanda por café ficará fora da crise, prevê especialista

A demanda de café no mercado interno, que cresce em torno de 5% ao ano, não deverá ser afetada pela...

Veja mais
Conab faz contrato de opção para trigo de sete estados

A Conab vai leiloar hoje 6.810 contratos de opção de venda para cooperativas e produtores rurais de trigo ...

Veja mais
Eletrodomésticos preocupam varejo

O setor supermercadista, que atingiu crescimento de 5,53% nas vendas durante o mês de setembro na comparaç&...

Veja mais
Eletrodomésticos preocupam varejo

O setor supermercadista, que atingiu crescimento de 5,53% nas vendas durante o mês de setembro na comparaç&...

Veja mais
Comprar em supermercados fica 1,25% mais barato em setembro, revela Abras

Os preços praticados pelos supermercados em setembro registraram decréscimo de 1,25% frente a agosto. J&aa...

Veja mais
Mesmo com queda, preços de varejo do leite longa vida ainda são considerados altos

Os atuais preços do leite longa vida no varejo ainda podem ser considerados altos, se comparados aos nívei...

Veja mais
Coca-Cola usa seu ícone contra a crise

A Coca-Cola é a marca mais valiosa do mundo - US$ 66,6 bilhões -, conforme ranking elaborado pela consulto...

Veja mais
Fórmula para reter talentos inclui clima e remuneração

Fazer com que os colaboradores se comprometam com os resultados da empresa não é uma tarefa fácil. ...

Veja mais
Dove oferece mais frescor no cuidado diário com nova linha Go Fresh

A novidade chega em sabonetes, desodorantes e loções com um toque refrescante e energizante para agradar &...

Veja mais