Higiene e beleza abrem espaço a mais empreendedores

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Para consultora, há boas oportunidades para prestação de serviços e no atendimento a nichos de mercado

 

Site criado por Alexandre Seródio teve faturamento de R$ 8 mi em 2010  Em 2001, Leonard Lauder, então presidente da grife norte-americana de cosméticos Estée Lauder, criou o chamado ‘Índice Batom’, ao detectar que as vendas do produto subiram durante a crise que se abateu sobre os Estados Unidos após a tragédia dos atentados a Nova York, em 11 de setembro. Para ele, o motivo desse aumento seriam os baixos preços, que tornavam o batom uma fonte de prazer acessível em tempos difíceis.

 

Mesmo não reconhecido por economistas, o indicador ilustra uma realidade da indústria de beleza, cosméticos e higiene ao redor do mundo. Com ou sem crise, ela não para de crescer. Só no Brasil, esse segmento registrou faturamento de R$ 27,3 bilhões no ano passado e cresceu a uma média de 10,4% ao ano nos últimos quinze anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

 

O Brasil é hoje o terceiro maior mercado desse segmento, atrás apenas do Estados Unidos e do Japão. E quem atende parte dessa demanda são as pequenas empresas. Das 1.659 indústrias do setor, apenas 14 são de grande porte – mas ainda responsáveis por 73% do faturamento.

 

Com o crescimento do consumo e do poder de compra das classes C e D, o aumento do poder aquisitivo das mulheres e o envelhecimento da população em um momento no qual o culto à beleza é cada vez maior, as oportunidades de negócio são ainda maiores. Mas, para ganhar mercado, a pequena empresa precisa se diferenciar. “Há bastante espaço para prestação de serviços e no atendimento a nichos de mercado”, diz Elderci Garcia, consultora do Sebrae-SP.

 

O empresário Alexandre Seródio, de 36 anos, primeiro investiu em um salão de cabeleireiros, sem sucesso. Com os produtos que sobraram, criou o Belezanaweb, site especializado na venda de produtos profissionais para cabelo, que faturou R$ 8 milhões em 2010. “Nós vendemos segurança e autoconfiança. A brasileira se cuida mais do qualquer outra mulher no mundo”, afirma.

 

Para ganhar a atenção dos consumidores, ele posicionou o site como uma espécie de conselheiro online: apresenta aos interessados conteúdo informativo que ajuda a diagnosticar o melhor produto para cada tipo de cabelo. “Na área de beleza, se você demonstra confiança, o cliente se torna fiel”, diz.

 

Mas isso não significa que esse ramo aceite aventureiros. “Diversas empresas surgem e fecham todos os anos. Quem quer sucesso, precisa entender do negócio”, conclui.

 

Diferenciação

 

Já no setor de higiene também há oportunidade para pequenos empreendimentos. Mas, para evitar a concorrência, a necessidade de vender algo inovador é maior. Wesley Gomes, de 33 anos, por exemplo, apostou na revenda de soluções de higiene para empresas e estabelecimentos comerciais.

 

Após conhecer em Curitiba o fabricante de um dispenser de fio dental para ser instalado em banheiros coletivos, investiu com um sócio apenas R$ 300 para trazer o produto para São Paulo. Em pouco tempo, aumentou o portfólio de produtos, que hoje inclui itens como odorizador de ambientes. “No mercado de higiene, todo mundo vende a mesma coisa e briga por preço. Se você tem algo exclusivo, consegue crescer”, diz o empreendedor. No ano passado, sua empresa, a Wesco, faturou R$ 2 milhões.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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