Semana foi negativa no preço do arroz, mas agosto mantém alta

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A alta dos preços médios do arroz em casca no Rio Grande do Sul perdeu o fôlego na quinzena final de agosto. O Indicador do Arroz Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa, que avalia o produto gaúcho, em sacas de 50 quilos, apresentou redução no preço ao longo da semana passada, mas sem que isso represente dano maior aos valores alcançados na primeira quinzena.

 

No final da semana passada o preço médio da saca (colocada na indústria) voltou aos R$ 23,69, depois de ter alcançado R$ 23,80. A alta de agosto que acumulava 4%, retornou aos 3,49%. O valor desta quinta equivale, pela cotação do dia, US$ 14,71 a saca de 50 quilos.

 

Para os analistas do Cepea, este enfraquecimento está atrelado ao recuo das compras de matéria-prima por parte de beneficiadoras gaúchas, refletindo a redução do valor de prêmio do leilão de PEP do dia 18/8. Este fato teria alertado as empresas de uma possível queda no preço da saca de arroz em curto prazo.

 

Dois outros fatores estão determinando este cenário para o mercado. O primeiro deles é a dificuldade da indústria repassar os preços de mercado, artificialmente sustentados pelos mecanismos de comercialização, para o varejo. Embora as referências máximas e médias do arroz beneficiado tenham aumentado, as mínimas praticamente mantiveram o mesmo patamar, ou seja, boa parte das pequenas e médias indústrias ainda mantém preços menores no fardo para garantir presença nas gôndolas dos supermercados. E o varejo força essa relação para manter suas margens.

 

Com o real fortalecido, a relação entre o câmbio, os preços internacionais e a alta artificial das cotações internas também está favorecendo a retomada das importações pelas indústrias gaúchas e pelo varejo do sudeste e do nordeste brasileiro. A matéria-prima uruguaia e a argentina são ofertadas no Brasil a valores mais baixos que o arroz gaúcho, nas fronteiras, o que também reduz a demanda pelo produto em casca nacional.

 

Por outro lado, alguns produtores estão forçando a venda dos estoques, para assegurar melhores condições de formação da próxima lavoura e para fazer frente aos compromissos com as instituições financeiras. Mesmo com as prorrogações aprovadas pelo governo federal, cada banco adotou regras próprias, e em muitos casos a cobrança foi mantida.

 

Desta forma, tanto o produtor que teve um custo de produção inferior ao patamar atual do mercado quanto aquele que precisa cobrir os custos para obter novo financiamento continuam ofertando arroz e ajudando na baixa dos preços.

 

No mercado livre do Rio Grande do Sul a referência de preços fica entre R$ 23,00 e R$ 23,50. Em Santa Catarina, a média ainda é de R$ 22,00.

 

Veículo: DCI


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