Valor pago ao produtor pelo leite sobe 2,1%

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A redução da oferta de leite no mercado interno contribuiu para a sustentação dos preços pagos aos pecuaristas de leite. De acordo com o Boletim do Leite, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado o valor médio pago pelo litro, referente à produção entregue em julho, encerrou agosto a R$ 0,88, uma alta líquida de 2,1% frente aos preços praticados em julho. A tendência é de o mercado se manter firme.

 

De acordo com os pesquisadores do Cepea, a oferta de leite se manteve relativamente estável em julho, isto pelo clima desfavorável na região Sul, o que prejudicou a oferta, quando se esperava aumento da mesma, e pela entressafra no Sudeste e Centro-Oeste. Estes fatores sustentaram os preços em agosto.

 

Na média brasileira, o valor pago aos produtores em agosto seguiu no mesmo patamar dos meses anteriores, com leve aumento de 0,6% frente ao pagamento de julho, a R$ 0,8698 por litro. A média ponderada é calculada sobre os resultados observados em Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás e Bahia.

 

Segundo o Cepea, o preço médio de agosto foi 18% superior ao do mesmo período do ano passado. Em agosto de 2010, os preços estavam em queda, por conta do aumento da produção no período.

 

Em Minas, além da redução das pastagens, que afeta a produtividade do rebanho, também contribuiu para a sustentação dos preços a menor oferta do leite em importantes regiões produtivas, como no Sul do país, que geralmente nesta época do ano está em período de safra.

 

O Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-Leite) desacelerou na região Sul em julho. Na média ponderada da produção dos três estados, houve aumento de apenas 1,7% de junho para julho. O motivo para o menor ritmo de aumento foi o clima desfavorável na região, com a ocorrência de geadas e frio intenso, o que prejudicou a produção de pastagens.

 

O clima seco em Minas e demais regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste e o auemnto nos custos também limitaram a produção de leite nessas regiões. No geral, o Icap-Leite aumentou 1% em julho, considerando-se a média Brasil. No acumulado de 2011, o índice reduziu 2,2% frente ao mesmo período do ano passado. O recuo foi bastante influenciado pela forte retração da oferta em Goiás, de 15% no período.

 

Para setembro, os pesquisadores do Cepea acreditam também na manutenção de mercado firme para o leite. No segmento de leite cru, nas comercializações entre as empresas, os preços têm se sustentado pela menor oferta de matéria-prima, o que acirra a disputa pelo produto entre os laticínios. De acordo com os pesquisadores, o mercado spot funciona como um termômetro para o mercado de leite ao produtor.

 

Em agosto, o valor pago aos pecuaristas do Estado pelo litro do produto teve valorização líquida de 2,1% e preços médios de R$ 0,88. A maior evolução nos valores foi observada no Vale do Rio Doce, com elevação de 2,14% e valor de R$ 0,88 por litro. O valor pago na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) também teve incremento de 0,34%, com o litro de leite avaliado em R$ 0,89.

 

No Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, a alta foi de 0,5%, com preços médios de R$ 0,86 por litro. Nas regiões Sul e Sudeste do Estado a alta verificada foi de 1,66%, fazendo com que o valor do litro pago aos produtores chegasse a R$ 0,87.

 

Tendência - A tendência para o pagamento de setembro é de manutenção dos preços em patamares remuneradores. De acordo com o Boletim do Cepea, para o próximo pagamento, 50% dos agentes entrevistados, parcela que responde por 49% do volume de leite amostrado, acreditam em alta nos preços, enquanto 47% deles, responsáveis por 51% do volume da amostra, esperam estabilidade.

 

Apenas 3% dos entrevistados, que respondem por menos de 0,5% do volume de leite, acreditam em queda nas cotações. Este cenário é verificado tanto nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde o período é de entressafra, quanto no Sul do país.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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