Embalagem 'econômica' vive alta

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Presidente da P&G Brasil diz que consumidor da nova classe média valoriza itens com tecnologia

 

Em comparação com consumidores de outros países, o brasileiro "pensa muito antes de comprar", diz Tarek Farahat, 47, presidente da P&G (Procter & Gamble) Brasil.
O executivo, que já trabalhou em outros mercados como França, Alemanha, Arábia Saudita e Venezuela, destaca que os consumidores do Brasil estão entre os que "gastam mais tempo na gôndola porque não querem ter surpresa ruim em casa".

 

Para fazer do país o quinto maior em faturamento em cinco anos -hoje ele está entre os dez principais-, a P&G aposta em inovação, com embalagens maiores e propagandas que expliquem, à nova classe média, os benefícios dos produtos com mais tecnologia.
Farahat, que participa do fórum "FT Innovate 2011" em novembro em Londres, falou com exclusividade à Folha.

 

Inovações comerciais

 

A inovação comercial está relacionada a campanhas publicitárias que expliquem ao consumidor, de forma fácil, os benefícios dos produtos.
O comprador brasileiro da classe C quer entender qual a tecnologia envolvida -em um detergente líquido, por exemplo, que inova o hábito de lavar a roupa- e qual o benefício que isso traz, em termos de eficiência e economia.

 

Embalagem econômica

 

O brasileiro faz, sim, conta na hora de comprar. E, se entende a vantagem das embalagens maiores, ele prefere.
Já adotamos, por exemplo, há cerca de três anos, embalagens com seis escovas de dente de cores diferentes -para atender a família de classe C que tem só um banheiro em casa e não quer misturar as escovas das pessoas.

 

Escovar os dentes é um hábito muito prezado pelo brasileiro, que usa, em média, 16% mais creme dental por ano que o americano.
Também estamos vendendo aparelhos de barbear em embalagens com quatro. Isso tudo depois de termos criado, há dez anos, a embalagem com até 52 fraldas Pampers -quatro vezes o que estava no mercado à época.

 

O fracionamento de produtos não funciona no Brasil. Nas Filipinas, onde os trabalhadores são pagos por dia, vender um pacote com uma fralda faz sentido.
Aqui, não. Os consumidores recebem o salário uma vez por mês e não gostam de ir muitas vezes ao ponto de venda.

 

Potencial do Brasil

 

Temos hoje, no Brasil, 24 marcas de produtos da P&G, e o potencial para ampliar esse número é enorme. Os Estados Unidos, por exemplo, têm mais de cem marcas.
O mercado brasileiro está entre os dez principais para a empresa, em faturamento. E deve passar a quinto em quatro ou cinco anos.

 

As classes C e D representam, hoje, quase 50% do faturamento no Brasil. Há dez anos, a fatia não chegava a 25%.
Acredito que a distribuição dos produtos não seja uma barreira. Ela deve continuar se desenvolvendo com os atacadistas brasileiros.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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