Os produtos importados deverão invadir as vitrines e prateleiras de Belo Horizonte neste Natal. Com o dólar em torno de R$ 1,60, lojas de brinquedos e enfeites natalinos já aumentaram as encomendas, se preparando para as vendas de dezembro. A exceção fica por conta dos estabelecimentos da Savassi, onde os proprietários, ao contrário, vão investir menos em importação, já que as vendas estão comprometidas em função das obras na região. De maneira geral, os comerciantes estimam importar até 20% a mais neste ano em relação a 2010.
O proprietário da Loja Elétrica, Wagner Matos, concluiu as compras nos meses de março e abril, já que os produtos levam até seis meses para serem entregues. Com oito unidades em Belo Horizonte, ele vende para o consumidor final, mas também para shoppings, empresas e outros estabelecimentos de porte. "Vou importar 20% a mais neste ano, por que em 2010 faltaram produtos nas lojas", diz.
A Loja Elétrica importa mangueiras luminosas, adornos para árvores, lâmpadas e outros produtos chineses. Matos importa para o Natal há 15 anos, mas em 2011 está com ótimas expectativas, levando em conta, além do dólar mais barato, a melhor condição financeira do consumidor.
Quem também aumentou em 20% as compras externas foi o proprietário da Zastras Brinquedos, Eduardo de Almeida Pinto. "No ramo de brinquedos não tem como deixar de trabalhar com importados", explica. De maneira geral, 30% de suas vendas são de produtos trazidos de outros países. Eles vêm, principalmente, da China e da Tailândia e costumam ter preços melhores do que os brinquedos nacionais.
Seu público-alvo, as crianças, quando entra na loja já vem cheio de informações sobre produtos de fora. No momento, o sucesso é a reedição do chamado Bey Blade, que já está em falta nas lojas da cidade e que promete ser um grande sucesso de vendas no Natal.
Cautela - Já a Gujoreba, localizada no coração da Savassi, por sua vez, não vai importar mais para o Natal de 2011, já que seu movimento teve uma queda de 40% desde o início das obras de revitalização. " um ano atípico. Teremos muita variedade, mas menos quantidade", explica Gustavo Josias Resende Batista, proprietário do estabelecimento, onde 70% das mercadorias são importadas. A Gujoreba traz seus produtos da China. Para o Natal ele encomenda desde bolas e enfeites até árvores, louças de época, toalhas e uma infinidade de produtos.
O proprietário da Papelaria Brasilusa, Marco Antônio Mendonça Gaspar, com duas lojas na Savassi, também disse que este ano vai comprar menos. Ele traz de fora árvores, enfeites, pisca-piscas, lâmpadas e outros produtos. Mas em 2011 ele importou 50% a menos. Além de suas vendas terem despencado desde o início das intervenções, Gaspar percebe que o consumidor está adquirindo menos coisas para o Natal. "As pessoas reaproveitam muito de um ano para o outro. Ninguém troca de árvore de Natal todo ano e os enfeites são utilizados diversas vezes", diz.
Veículo: Diário do Comércio - MG