Bridgestone traz ao país modelo de loja própria

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Atenta ao crescimento da participação dos importados no mercado brasileiro de reposição automotiva e às mudanças de hábito do consumidor, a Bridgestone, fabricante de pneus que detém ainda as marcas Bandag, BTS e Firestone, acaba de trazer ao Brasil o modelo de lojas próprias inaugurado nos Estados Unidos em 1926. Sob a bandeira CarClub Firestone, a primeira unidade já está em funcionamento na capital paulista e a meta é abrir entre cinco e dez novos pontos por ano até 2020, com investimento unitário de R$ 600 mil a R$ 800 mil.

 

Nos primeiros dois ou três anos de implantação, conta o gerente-geral de vendas e marketing de consumo da Bridgestone Brasil, Alexandre Lopes, as unidades serão operadas diretamente pela companhia. A partir dessa data, a intenção é trabalhar com as modalidades de licenciamento ou franquia. "A concorrência está cada vez mais acirrada, os hábitos de consumo estão mudando e a melhor escolha é atender diretamente o consumidor final", afirma Lopes.

 

Atualmente, a Bridgestone opera no varejo brasileiro de pneus por meio de 514 revendas exclusivas para atendimento a veículos de passeio e utilitários e outras 140 unidades especializadas em veículos de carga (caminhões e ônibus). Segundo o executivo, não haverá concorrência entre as lojas próprias e as revendas. "Realizamos estudos de geomarketing, com o objetivo de identificar pontos em que não exista conflito com as revendas mas que ofereçam oportunidade de negócio", explica.

 

Além disso, as novas unidades oferecerão produtos e serviços adicionais, incluindo aqueles que são obrigatórios na inspeção veicular, e treinamento para a rede oficial de revendedores. A expectativa da Bridgestone é a de que o retorno do investimento nas lojas próprias se dê em até 36 meses de operação.

 

A ideia de trazer à América Latina uma nova linha de negócios inspirada na Firestone Complete Auto Care, que tem 2,2 mil pontos instalados nos Estados Unidos, surgiu da percepção de que o mercado brasileiro de pneus para reposição mudou drasticamente nos últimos anos. A maior oferta de produtos importados - cerca de 40% das vendas do produto no mercado secundário já é atendida por importações - e o avanço de outras empresas, como concessionárias, na oferta de serviços que vão além do prazo de garantia dos veículos tornaram obrigatória a implementação de uma nova estratégia no segmento.

 

O crescimento da frota nacional também abriu novas oportunidades às empresas que tradicionalmente atuavam apenas no fornecimento de componentes automotivos. Segundo levantamento do Sindipeças, que reúne as fabricantes brasileiras de peças (com exceção do segmento de pneus), no ano passado havia 32,5 milhões de veículos em circulação no país, uma alta de 8,4% na comparação com 2009. Na Bridgestone Brasil, 69% das vendas totais (incluindo todos os segmentos de veículos) são destinadas ao mercado de reposição e 31% às montadoras (OEM).

 

De acordo com Lopes, em uma série de pesquisas conduzidas pela Bridgestone no Brasil, ficou claro que o consumidor, além de buscar o melhor preço, quer centralizar em uma única loja a execução de diferentes tipos de serviços automotivos e conforto no atendimento. "O consumidor está procurando oficinas diferenciadas. E é isso que vamos oferecer." No ano passado, a companhia japonesa, que tem sede em Tóquio, faturou US$ 33,8 bilhões. No Brasil, tem capacidade total de produção de 42 mil pneus por dia em duas unidades: Santo André (SP) e Camaçari (BA).

 


Veículo: Valor Econômico


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