Onda de fusões já preocupa o setor

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Sincofarma-MG teme o fechamento das pequenas empresas, em um cenário de concorrência desleal.

 

O recente anúncio de fusão entre a Drogaria São Paulo e a Drogarias Pacheco, gerando a Drogarias DPSP - menos de um mês após a Droga Raia e a Drogasil confirmarem a união de suas operações, criando a Raia Drogasil - preocupa representantes do setor farmacêutico em Minas Gerais. Isso porque a formação de duas redes gigantes ameaça a sobrevivência de pequenas empresas do ramo, que poderão fechar as portas em um cenário de concorrência desleal.

 

A avaliação é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais (Sincofarma-MG), Lázaro Gonzaga. Segundo ele, o segmento no Brasil tem, cada vez mais, incorporado o modelo de negócio já existente em outros países, como os Estados Unidos, onde algumas redes de farmácias possuem milhares de pontos de venda.

 

Conforme Gonzaga, a maior concentração no setor é prejudicial para o consumidor e para os pequenos varejistas que, tradicionalmente, respondem pela maior parte do mercado nacional. O presidente do Sincofarma acrescentou que esta onda de fusões impede, inclusive, que o segmento trabalhe com tranqüilidade e se desenvolva.

 

"Há uma grande apreensão devido a esta situação. E já estamos registrando o fechamento de lojas", afirmou, sem apresentar números. Atualmente, o Estado possui aproximadamente 8 mil estabelecimentos do gênero, sendo 1,2 mil deles na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

 

Duopólio - Segundo o presidente do Sincofarma-MG, embora num primeiro momento a liderança isolada do mercado pelas duas gigantes possa sinalizar preços mais competitivos, a longo prazo a realidade é outra. Isso porque, conforme ele, com a formação de um duopólio a tendência é de que haja imposição de preços. Formada no mês passado, a Raia Drogasil nasceu com 720 lojas em nove estados brasileiros. Já a DPSP, anunciada na última quarta-feira, controla 691 pontos de venda em cinco estados.

 

O dirigente da entidade não informou quais são as previsões de crescimento para este ano, mas adiantou que a alta será pequena. Dados da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) mostram que no primeiro semestre deste exercício a expansão do setor no Estado chegou a 9,2% em relação ao mesmo intervalo de 2010, enquanto a média nacional foi de 10,5%, na mesma base de comparação.

 

A coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, concorda que a formação da Raia Drogasil e da Drogarias DPSP, resultado das fusões entre Droga Raia e a Drogasil e entre Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, respectivamente, ameaça lojistas e consumidores.

 

Por isso, segundo ela, esse novo desenho do mercado exige maior busca de eficiência por parte das pequenas e médias empresas. "Estamos falando de melhorar a relação com os fornecedores, procurando formar estoques com margem de segurança e maior diversificação do mix", explicou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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