Conjunto de produtos básicos custa R$ 271,25 na capital gaúcha.
Depois de dez meses, São Paulo deixou o topo da lista de capitais com as cestas básicas mais caras do Brasil. Porto Alegre foi a cidade que em agosto tirou a liderança paulista na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ao registrar o preço de R$ 271,25, ante R$ 266,75 em São Paulo. No mês, o reajuste no preço dos produtos alimentícios na capital gaúcha foi de 4,49%, contra 1,28% em São Paulo. A terceira cesta básica mais cara entre as 17 capitais pesquisadas foi encontrada em Florianópolis (R$ 260)
Na composição da cesta básica de Porto Alegre, seis produtos tiveram elevação de preços em agosto e o tomate foi o item que apresentou maior inflação (37,23%), seguido por banana (8,21%) e açúcar refinado (3,79%). Cinco itens apresentaram queda de preços, com destaque para a batata (10,45%), e dois permaneceram estáveis. Já na capital paulista o açúcar refinado teve o maior reajuste, com alta de 9,05%, enquanto a batata apresentou a maior queda, de 13,71%. Preços de nove itens subiram, enquanto quatro recuaram.
A cesta básica mais barata do País, conforme a pesquisa do Dieese, foi encontrada em Aracaju, com preço de R$ 187,73, bem abaixo da segunda colocada, João Pessoa (R$ 202,47). Fortaleza ficou com a terceira cesta mais barata, com preço de R$ 205,84 em agosto.
Mínimo - O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 2.278,77 em agosto, segundo projeção do Dieese. Este valor é 4,18 vezes o piso hoje em vigor, de R$ 545. A projeção para agosto supera o salário estimado para julho (R$ 2.212,66), que correspondia a 4,06 vezes o valor do mínimo, e para agosto do ano passado (R$ 2.023,89), que equivalia a 3,97 vezes o piso da época.
Para o cálculo do salário mínimo, o Dieese leva em conta o montante necessário para o trabalhador e sua família suprirem as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, para pagar a cesta de agosto o trabalhador precisou cumprir, na média das 17 capitais analisadas, uma jornada de 94 horas e 38 minutos, tempo superior ao apurado em julho, que foi de 93 horas e 52 minutos. Em agosto de 2010, essa jornada era de 89 horas e 38 minutos. O preço da cesta básica em agosto de 2011 subiu em dez cidades pesquisadas.
O percentual do salário mínimo líqüido comprometido com a cesta de produtos básicos apresentou leve alta em relação a julho - passou de 46,38% para 46,76%. No entanto, se comparada a agosto do ano passado, a elevação foi mais expressiva, já que há um ano o percentual necessário para o custo da cesta básica era de 44,29%. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG