É possível fazer de vinagres a geleias e farinhas com os produtos colhidos nas fazendas mineiras
Transformar produtos faz parte da cultura rural do país. Frutas viram doces, geleias, licores, vinagre, vinho e até mesmo farinhas enriquecidas que prometem uma série de benefícios à saúde. O leite se transforma em iogurtes, queijos defumados, doce de leite. Até a carne pode ser processada. É possível agregar muito valor aos mais diversos produtos do rico campo brasileiro.
Em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, o comércio de alimentos fabricados na propriedade rural na qual está localizada a Pousada das Cores já é responsável por 30% do faturamento do agricultor e empreendedor Everton de Paula. Ele garante que produtos não param de ser criados. “A coqueluche do momento é o pó de tomate, que além de dar cor e sabor é também um tempero”, conta.
Everton cria uma série de produtos, que vão desde a cachaça de frutas, às geleias e farinhas enriquecidas, como a farinha de banana verde. Tudo o que ele processa ganha mais valor. Há até mesmo a fabricação de doces sem adição de açúcar, como a bananada. Os consumidores aprovam. “Todo mundo que passa por aqui, seja para se hospedar ou não, leva pelo menos um doce”, diz ele, apontando a importância da transformação dos produtos na sustentabilidade do negócio.
Segundo Everton de Paula, a produção da pousada segue o padrão agroecológico e varia de acordo com a safra. Em novembro e dezembro, por exemplo, época da jabuticaba, são fabricados cerca de 200 quilos de geleia. O vinagre chega a ter fabricação 300 litros por mês. Ele também transforma as frutas em cachaça e mesmo as cascas vão para a composição de farinhas.
Segundo a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), o interesse do consumidor pelos produtos agroecológicos, produzidos no campo, pode ser medido pelo crescimento da Agriminas, feira da agricultura familiar que acontece anualmente em Belo Horizonte. Segundo a federação, neste ano a feira registrou crescimento de 30% no seu número de visitantes e movimentou R$ 5 milhões em negócios.
Veículo: O Estado de Minas