Empresários apostam na fidelização

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Farmácias de bairro acreditam que atendimento personalizado é a receita para resistir às grandes redes.



A formação de duas gigantes do setor farmacêutico no mês passado, fruto da fusão entre as drogarias São Paulo e Pacheco e entre a Droga Raia e a Drogasil, deixou em alerta as chamadas "farmácias de bairro". Os pequenos estabelecimentos temem a formação de um duopólio que pode prejudicar toda a cadeia do segmento.



O proprietário da Drogaria Santa Helena, no bairro Caiçara, região Noroeste da Capital, Wagner Lima, acredita que todas as empresas do setor serão prejudicadas em um possível movimento de concentração de mercado. "As indústrias e as distribuidoras de medicamentos saem perdendo, porque as grandes redes ganham nas negociações. O mesmo ocorre com a concorrência e com o consumidor", destaca. Lima avalia que a sobrevivência das farmácias de bairro dependerá da formação de uma relação estreita com os clientes, gerando a fidelização.



Com ele concorda o diretor da Associação de Farmácias e Drogarias (Asfad), Guilherme Augusto, dono de duas lojas do ramo, a Drogaria Alípio de Melo e a Flex Farma. De acordo com o dirigente, o bom relacionamento entre balconista e consumidor é justamente o que diferencia as pequenas drogarias das grandes redes. Além disso, Augusto lembra que uma saída para esses pequenos negócios é reduzir a margem de lucro, garantindo assim preços mais competitivos e, conseqüentemente, a clientela.



Atualmente, a Asfad reúne 60 empresários do setor, que buscam melhores condições de negociação com fornecedores. Além de reivindicar preços mais competitivos, a entidade disponibiliza cursos e presta serviços para os associados.



Para o gerente da Drogaria Gutierrez, com duas unidades na região Centro-Sul de Belo Horizonte, Eduardo Souza, as farmácias de bairro precisam oferecer, além do atendimento personalizado, medicamentos diferenciados. Por isso, a empresa aposta na venda de remédios fabricados por laboratórios que normalmente não fazem negócios com as gigantes do setor. "Não devemos bater de frente com as grandes. Nosso foco é a indústria nacional, que tem preços mais competitivos", afirma.



Embora a Asfad reconheça a viabilidade da estratégia, Augusto destaca que, neste caso, as drogarias têm que trabalhar também para convencer o cliente a abrir mão dos medicamentos mais convencionais e conhecidos.



Mesmo diante de tantos desafios, o gerente da Drogaria Gutierrez acredita ser possível vencer a briga com as grandes redes. Isso porque, de acordo com ele, essas companhias têm preocupações que vão além do varejo, como seu valor de mercado. E é neste momento que as líderes do setor abrem brechas para as pequenas e médias empresas sobreviver e crescer. Para 2011, a expectativa de Souza é de incremento de 15% nos negócios.



Já o proprietário da Drogaria Santa Helena, que espera uma expansão de 5% nos resultados deste ano, cita a oferta de facilidades aos clientes - estacionamento, localização e mix variado - como um chamariz. Para Lima, embora o número de farmácias de bairro também cresça, diferentemente do que ocorre com as grandes redes, não há concorrência desleal entre as pequenas. De acordo com ele, que há 20 anos está no mesmo endereço, existem hoje 12 pequenas drogarias no bairro Caiçara e elas não competem entre si.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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