Preços de alimentos no atacado ficam estáveis

Leia em 2min

Os dados do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostraram uma certa acomodação nos preços dos alimentos no atacado, quando comparados os resultados dos Índices Gerais de Preços - Mercado e Disponibilidade Interna (IGP-M e IGP-DI). Depois de sair de uma deflação de 1% no começo de julho, o Índice ao Produtor Amplo (IPA) de bens agrícolas foi subindo e atingiu 1,64% no fim de agosto. No começo de setembro, o índice se desacelerou para 1,48%.

O aumento nos preços desses produtos deve se manter relativamente estável até o próximo mês, avaliam os economistas consultados pelo Valor. A expectativa é que, a partir de outubro, os alimentos voltem a subir com mais força, porém não com tanto ímpeto quanto em 2010. "Essa volta dos preços agropecuários em setembro é pontual. O movimento de aceleração que tivemos em agosto será interrompido em setembro e volta com muito mais força em outubro e novembro", diz Thiago Curado, economista da Tendências Consultoria Integrada, que vê o período de entressafra como o fator que desencadeará novo aumento no ritmo de alta.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Nilton Rosa, comenta que, além da soja, do café e da carne, que já apresentam forte elevação de preços, pressões também poderão vir do arroz e do feijão. A época de chuvas pode colocar sob pressão os alimentos in natura, afirma Fabio Ramos, da Quest Investimentos. "Por isso, os IGPs não devem ficar abaixo de 0,50% por um bom tempo", estima.

A Tendências prevê que os preços agropecuários subam 2,7% no próximo mês dentro do IGP-M, após alta de 1,10% que deve ocorrer no fechamento de setembro. Em novembro, o índice agrícola terá recuo, mas seguirá pressionado, em 1,8%, sustenta Curado. Após a ascensão no atacado, diz ele, o varejo terá novas pressões de alimentos em outubro e novembro, que serão amenizadas em dezembro.

Rosa também projeta mais pressões inflacionárias no varejo. Para ele, os aumentos que estão chegando ao consumidor são o repasse da alta antes registrada no atacado. A expectativa do economista da Tendências para o IGP-M de 2011 é de elevação de 6,2%, acima da mediana do mercado, de 5,8%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. O analista da Quest projeta IGP-M de 5,7% no ano, enquanto o da SulAmérica prevê aumento de 5,6% para o indicador.


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Feijão transgênico tem venda liberada

Comissão nacional de biossegurança aprova 1º produto do tipo no mundo, desenvolvido pela Embrapa, que...

Veja mais
Safra mundial de trigo sobe e preços recuam

O Brasil produziu menos trigo neste ano e exportou mais. As importações devem aumentar e os produtores pod...

Veja mais
Cutrale define em 2012 recursos para cultivar laranja no semiárido

Empresa diz ser viável projeto apresentado pelo governo federalA Cutrale, uma das maiores empresas de suco de lar...

Veja mais
Feijão, tomate e batata pressionam preço da cesta

Quem for às compras nesta semana deverá notar que a maioria dos 64 produtos que compõem a cesta b&a...

Veja mais
Minas Leite busca expansão

O Programa Estadual da Cadeia Produtiva do Leite (Minas Leite), criado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e...

Veja mais
Quase metade do café já foi negociada

No país, com a colheita praticamente encerrada, a comercialização até agosto chegou a 43% do...

Veja mais
Natal criará 147 mil empregos temporários

Cerca de 147 mil vagas temporárias serão abertas no país até o Natal, segundo previsã...

Veja mais
Brasil tem o primeiro azeite extraído e envasado no país

Sem tradição na olivicultura, o Brasil acaba de lançar comercialmente o primeiro azeite extra&iacut...

Veja mais
Até a feijoada já tem participação chinesa

A presença dos produtos chineses no Brasil pode ser medida em bilhões de dólares, principal raz&ati...

Veja mais