Crescimento da classe média, mudanças no perfil das famílias e maior facilidade de acesso à informação estão moldando os hábitos do consumidor no país.
Com mais dinheiro no bolso e com cada vez menos tempo para ir às compras, o brasileiro tende a elevar sua exigência em relação à praticidade dos produtos e à capacidade das empresas de se adequar as suas preferências.
As mudanças de comportamento foram apontadas pelo diretor de atendimento ao varejo da Nielsen Brasil, João Carlos Lazzarini, e pelo diretor de vendas da Nestlé Brasil, Westermann Geraldes, em painel apresentado durante o Fórum Agas Internacional, promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados, ontem, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.
Para Lazzarini, os novos tempos impõem o desafio de adaptação a um consumidor mais complexo, com preferências distintas conforme a idade, formação cultural e classe social.
– Hoje, 25% da classe média tem como segundo item na escolha de um produto a responsabilidade social – afirma.
O que está mudando
LOJAS MENORES
A falta de tempo do consumidor faz com que redes regionais, com lojas mais compactas, ganhem força. Das 10 maiores, apenas três são nacionais.
INFIDELIDADE
O consumidor tende a freqüentar diferentes tipos de lojas. Como supermercado não vende apenas alimentos, e posto de gasolina não vende só combustível, o consumidor tende a buscar o mesmo produto em estabelecimentos distintos.
COMPRAS MAIS DILUÍDAS
O consumidor vai mais vezes por mês ao supermercado, em visitas rápidas. Em vez da grande compra mensal, vai ao súper para buscar apenas o que precisa para os próximos dias.
CONSUMIDOR CONSCIENTE
Não é apenas com preço e qualidade que se faz um produto de sucesso. Pesquisas indicam que os consumidores colocam a responsabilidade social entre os pontos mais importantes na hora de escolher um produto. A preferência é por práticas voltadas para a preservação do ambiente ou ações de apoio à comunidade.
PRODUTOS SAUDÁVEIS
A crescente expectativa de vida disseminou entre os brasileiros a necessidade de cuidar da saúde, de olho em uma velhice ativa. Por isso, cresce a procura por alimentos saudáveis ou mesmo vegetais orgânicos, mais benéficos ao organismo.
PRATICIDADE
Núcleos familiares pequenos e a presença da mulher no mercado de trabalho ampliaram a exigência por praticidade de produtos e serviços. Ponto para iogurtes, sucos e alimentos prontos e para lojas de conveniência. Também tende a crescer o consumo de produtos com porções pequenas, para quem mora sozinho.
PRODUTOS PERSONALIZADOS
A internet e a diversificação dos canais de televisão criou uma geração de consumidores mais informados, habituados a interagir com as empresas de que é cliente. O brasileiro passa a preferir produtos que podem ser personalizados.
EXPERIÊNCIA
A classe média reforçada ampliou o número de consumidores dispostos a pagar por produtos vendidos em lojas com atendimento diferenciado, que oferecem experiência além da compra. É o caso de lojas de brinquedos em que crianças podem testar jogos antes de levar o preferido para casa ou com ambiente agradável.
ESTILOS DE VIDA
Com cada vez mais acesso a informação, os consumidores formam nichos com preferências específicas. Os que gostam de cozinhar querem comprar temperos importados, e esportistas demandam vitaminas especiais. As lojas precisam se adaptar para investir em diversidade.
Veículo: Zero Hora - RS