A estimativa é de que os preços do trigo sofram reajustes em torno de 10% em Minas Gerais, com uma possível quebra na safra argentina, acompanhada pela sobrevalorização do dólar frente ao real. A afirmação é do vice-presidente da Associação dos Triticultores de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Elias Abrahim, ressaltando que os estados de Goiás e São Paulo ajustaram seus preços para acompanhar o mercado.
Segundo Abrahim, Minas Gerais deve acompanhar o reajuste, uma vez que em regiões do Estado o preço do produto final está registrando variação de cerca de 10%. Há cerca de um mês, a saca de farinha estava sendo comercializada a R$ 62 e hoje já está sendo vendida a R$ 68, gerando alta de preços no mercado interno", salientou.
De acordo com o dirigente, os produtores que conseguiram segurar algum volume de grãos em suas propriedades terão a chance de negociar o trigo a preços melhores no mercado. " certo que, quem conseguiu reter alguma parte da produção, vai esperar os reajustes previstos entre os meses de janeiro e fevereiro para comercializar o grão estocado", explicou Abrahim.
Um dos fatores que pode incrementar ainda mais os preços do trigo no mercado é a colheita no Rio Grande do Sul que, neste período, está enfrentando excesso de chuvas, que poderá afetar a qualidade do grão.
"Se os preços sofrerem altas consideráveis, o trigo será uma boa opção de plantio para 2009, ainda que as commodities estejam registrando queda. Pois é possível que a oferta seja menor e quem tiver grão terá mais opção de negociar", afirmou.
Cussteio - Segundo o dirigente, ainda é cedo para que possam ser feitas previsões para o período, uma vez que o que poderá afetar o mercado será o trigo argentino. "Com relação ao crédito para atender os triticultores, ainda é cedo para se comentar uma vez que a próxima safra será plantada apenas entre os meses de março e abril de 2009", observou.
Abrahim enfatiza ainda que existem custeios de safra para o setor que estão saindo com normalidade. "O mercado do trigo só deverá ser delineado com mais clareza a partir de fevereiro, tanto com relação aos preços quanto à produção para a próxima safra. No mercado, a tonelada do grão está sendo comercializada entre R$ 550 e R$ 560 para o produtor, que acaba saindo entre R$ 620 e R$ 630 para os moinhos.
"Teremos um cenário diferente apenas a partir de fevereiro, quando será possível entender com mais firmeza como o mercado poderá reagir. Ainda assim, em muitos dos casos, os produtores não estão tendo nem lucros excessivos nem perdas com o grão", observou.
Veículo: Diário do Comércio - MG