Dólar alto pressiona preço de eletrônicos

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Fabricantes repassam reajuste em componentes e computadores, tablets e TVs devem saltar até 15% em novembro

Positivo revisa preço de tablet recém lançado e espera ter prejuízo no modelo colocado à venda por R$ 999


Em plena época de negociações para o reforço dos estoques para o Natal, redes varejistas brasileiras e fabricantes de eletrônicos enfrentam verdadeiras batalhas para lidar com a alta do dólar.

A pressão da alta da moeda sobre os componentes eletrônicos deverá fazer com que os preços dos equipamentos subam entre 10% e 15% já no mês que vem, segundo a consultoria IT Data.

O patamar de dólar a R$ 1,55 que balizava as negociações em agosto ultrapassou R$ 1,80 e o reajuste de preços em novembro já é tido como inevitável. Tanto que lojas e empresas reiniciaram negociações já fechadas em setembro em computadores e TVs.
"Os estoques já negociados pelo preço antigo só devem durar até o fim de outubro", afirma Ivair Rodrigues, sócio da consultoria IT Data.

Nos computadores, 75% dos componentes são importados. Nas TVs, só a tela de LCD ou LED responde por 90% do preço e também não há fabricação local.
Segundo a Folha apurou, entre as redes que foram forçadas a reabrir as negociações porque os fabricantes não vão conseguir honrar os preços combinados estão Magazine Luíza, B2W e Máquina de Vendas.

Em nota, o Magazine Luiza negou ter sido procurado e afirmou não ter renegociado os preços. A Máquina de Vendas diz que não houve aumentos e que mantém negociações contínuas com seus fornecedores.

A Fnac afirmou que conseguiu negociar o preço de equipamentos de informática com base no dólar mais barato com 60% de seus fornecedores, já que comprou em lotes maiores. Com os demais, desistiu da negociação.

PREJUÍZO À VISTA

Pressionados pela competição acirrada e pelas baixas margens de lucro, fabricantes nacionais consideram improvável não repassar a alta recente do dólar nos produtos que são fabricados agora.
"Está impossível manter o preço. A variação do dólar trouxe uma instabilidade grande e não tem como segurar o valor antigo dos equipamentos", afirma Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, líder em PCs no mercado nacional.

Um dos produtos afetados é o tablet. A Positivo lançou em 20 de setembro o Ypy, seu trunfo para ganhar no mercado dominado pelo iPad. O preço do aparelho de entrada, apenas com conexão à internet Wi-Fi, será mantido em R$ 999, mas a empresa precisará reajustar o preço planejado para seu modelo intermediário para R$ 1.199, ante R$ 1.099 planejado inicialmente para chegar às prateleiras do varejo.
"Vamos fazer um sacrifício para manter o modelo de entrada a menos de R$ 1.000, mas ficaremos no prejuízo. Do modelo 3G, a tabela de novembro terá reajuste", diz. A margem de lucro dos fabricantes nacionais é de 2%, metade da média mundial.


Veículo: Folha de S.Paulo


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