Alpargatas quer crescer a passos largos pelo mundo

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Contrária às leis anti-dumping contra os calçados asiáticos, que só maquiariam o problema de competitividade do Brasil, dona das Havaianas aposta justamenteemconquistar os populosos mercados da Índia e do Paquistão


Ampliar a produção nacional para crescer dentro e fora do país, priorizando o desenvolvimento pessoal, comercial e industrial. Este é o plano da Alpargatas, uma das maiores empresas de calçados do Brasil, detentora das marcas Havaianas, Dupé, Topper, Rainha, Mizuno, Timberland e Sete Léguas para os próximos anos.

O Brasil tem um consumo per capita de três pares de calçados por ano. Em locais mais desenvolvidos este número chega a sete pares per capita ano. Portanto, há uma perspectiva muito grande de crescimento da indústria brasileira nos próximos anos, segundo Márcio Utsch, presidente da empresa do grupo Camargo Corrêa. “Nós, da Alpargatas, temos crescido a largos passos na ordem de 20% ao ano, liderando a ampliação do setor”, afirma.

A concorrência dos calçados chineses não inibe Utsch, que destaca a estratégia do desenvolvimento de marcas relevantes, como exemplo a Havaianas, que anunciou recentemente a ampliação da operação de vendas nos mercados da Índia e Paquistão. “Nós somos referência como case de marketing, como uma empresa que conseguiu reposicionar no mercado o seu principal produto, as Havaianas”, afirma.

Para Utsch, as medidas antidumping adotadas pelo Governo no intuito de conter a ‘invasão’ de produtos asiáticos são um equívoco. “Essas medidas são válidas por apenas cinco anos. Já se passaram dois. Quando isso acabar, quem vai defender a indústria?”, questiona o executivo que acredita no efeito contrário. “Elas encarecem o produto que é importado e abrem espaço para a indústria nacional subir de preço. Isso não tem nenhuma lógica”.

A expansão da produção será proporcionada pela nova fábrica em Montes Claros (MG), que entrará em funcionamento no segundo semestre de 2012 e irá ampliar a capacidade de produção de 105 milhões de pares por ano. O operação prevê investimento de R$ 177 milhões e geração de aproximadamente 2.250 empregos diretos até 2014. “Estamos investindo em bens de capital para tornar a indústria brasileira mais automatizada, o que traz competitividade”, diz.

A afirmação pode ser como uma provocação à sua principal rival no País, a Vulcabrás, que em abril deste ano anunciou a compra de uma fábrica na Índia, com a intenção de transferir para o país asiático a produção de partes de calçados, com demanda mais intensiva da mão de obra.

“Falsas” concorrentes

Questionado sobre o recém-lançamento de produtos semelhantes às Havaianas, o empresário não se intimida. "Acho que todos esses produtos que são imitações têm de morrer. Eles não são criativos, são cópias”, diz.


Segundo o executivo, o Plano Brasil Maior, que reduz em 20% a carga tributária dos encargos trabalhistas prejudica a empresa, que , e hoje emprega 12,5 mil pessoas no Brasil e mais 5,5 mil no mundo. “Ele onera 1,5% sobre a receita de indústrias como a Alpargatas, que investiu em tecnologia. Então pra mim ele é pior agora. A ideia de desonerar a folha de pagamento é boa, mas a execução é sofrível”, afirma.

O plano, na avaliação de Utsch, beneficia indústrias que não desenvolveram o parque industrial e possuem cerca de 50 mil empregados.

A meta da Alpargatas para 2014 é atingir a receita bruta de R$ 5,5 bilhões a R$ 6 bilhões em 2014. O mercado internacional, que hoje representa 32% do faturamento, deve chegar aos 40% no mesmo ano. A meta é ousada para a empresa, que faturou R$ 2,4 bilhões em 2010 e, até o final do primeiro semestre deste ano assegurou suas vendas em R$ 1,2 bilhão.

Nós somos referência como case de marketing, como uma empresa que conseguiu reposicionar no mercado o seu principal produto, as Havaianas Márcio Utsch Presidente da Alpargatas



Veículo: Brasil Econômico


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