A fabricante de itens de cama, mesa e banho Altenburg acaba de retomar os planos de crescimento no varejo três anos após lançar a primeira loja em Balneário Camboriú (SC). Até novembro, a companhia vai abrir duas novas unidades da Altenburg Store em São Paulo - nos bairros de Moema e Itaim.
Além da unidade no litoral catarinense, inaugurada em 2008, a Altenburg mantém desde 2009 outra loja na avenida Rebouças, em São Paulo. Os dois primeiros pontos de venda serviram como laboratório para testar produtos e a interação com o consumidor, uma novidade para a empresa de tradição industrial de quase 90 anos. Ainda não havia um plano definido para abertura de novas lojas. Em 2011, a companhia chegou a cogitar o início do sistema de franquias, mas decidiu ampliar a experiência com lojas próprias.
"Decidimos primeiro conhecer o varejo para depois franquear", diz o diretor comercial da Altenburg, Gláucio Gil Braga.
Hoje o varejo representa 6% do faturamento da Altenburg. A previsão, com as duas novas lojas em São Paulo, é chegar a 7,5%. Segundo Braga, a partir do ano que vem, a empresa deve investir em mais lojas próprias para, até o começo de 2013, iniciar o processo de licenciamento e franquias.
O número de inaugurações para 2012 ainda não está fechado, mas a ideia é que as lojas próprias dobrem o percentual do varejo sobre o faturamento total já no próximo ano. O foco da expansão será o Estado São Paulo, principalmente a capital.
As lojas atuais têm entre 200 m2 e 300 m2 de área total, mas a previsão é que pontos de venda menores - com até 120 m2 - sejam incorporados no projeto. O mix é composto pelas linhas tradicionais da Altenburg, principalmente dos segmentos de cama e banho, complementados com itens de mesa produzidos por terceiros.
O foco da Altenburg no varejo reflete uma tendência na indústria têxtil, que busca um canal próprio de vendas e contato com o consumidor. Em 2009, a Coteminas adquiriu o controle da rede de lojas MMartan. A Karsten também prepara o lançamento de uma loja-piloto da marca Trussardi em São Paulo até o fim do ano.
A Altenburg não revela seu faturamento, mas Braga adianta que a empresa deve registrar avanço de 20% nas vendas em 2011, na comparação com o ano anterior. Segundo ele, a alta do preço do algodão e o arrefecimento do ritmo de consumo afetaram o desempenho no início do segundo semestre, mas não a ponto de comprometer o resultado do ano. A empresa trabalha com ociosidade no setor industrial que possibilita um aumento de produção de 50% sem a necessidade de investimentos imediatos, diz o diretor.
Veículo: Valor Econômico