Espalhadas por todo o México, lojas de conveniência da rede crescem a uma velocidade assustadora.


A Copa das Confederações, em 2013; a Copa do Mundo, em 2014; e as Olimpíadas, em 2016, devem, enfim, tirar do papel os planos da mexicana Femsa (Fomento Econômico Mexicano S/A), principal acionista da Coca-Cola Femsa, de trazer para o Brasil a rede de lojas de conveniência Oxxo. Também está prevista a instalação de uma unidade fabril da Imbera, fabricante de refrigeradores controlada pelo grupo, no Nordeste.

Além disso, o grupo estuda a possibilidade de aquisições de empresas do setor no Brasil. "Não temos um nome definido, mas estamos em busca de oportunidades", revela o presidente do conselho de administração e diretor-geral executivo da Femsa, José Antonio Fernandéz Carbajal, que está satisfeito com os negócios no país e vai seguir com os investimentos.

Embora esteja a apenas 150 quilômetros da fronteira com os Estados Unidos, a Femsa hoje só tem olhos para o Brasil. Isso é o que garante Carbajal. "A América Latina é nossa prioridade e o Brasil, que responde por 33,33% do volume comercial do grupo, é o principal mercado disponível e pelo qual pretendemos lutar."

Em julho deste ano, por exemplo, a Coca-Cola Femsa confirmou que sua nova fábrica de refrigerantes será construída na cidade de Itabirito, na região Central de Minas Gerais. O protocolo de intenções que oficializou os investimentos de R$ 250 milhões na cidade foi assinado no dia 30 de junho. A nova fábrica terá capacidade anual instalada para produção de 2,1 bilhões de litros, até 2015, equivalente a um incremento de aproximadamente 47% em relação à produção atual.

Já a unidade da Capital será transformada em um centro de distribuição e logística após 2015, quando a nova planta atingirá seu nível máximo de produtividade. Atualmente, a fábrica de Belo Horizonte já opera com capacidade máxima de produção e não há mais espaço físico para novas ampliações. Nos próximos dias será feito o lançamento da pedra fundamental da nova planta.


Oxxo - Febre no México, esses pequenos magazines crescem em uma velocidade assustadora. A cada dia, três novas "tiendas", como são chamadas, abrem suas portas. Até 2014, serão inauguradas 3 mil lojas, podendo chegar a 6 mil, totalizando 15 mil pontos de venda. Para Carbajal, a entrada da Oxxo no Brasil é inevitável, já que a rede planeja um crescimento agressivo para os próximos anos.

"Queremos chegar com a Oxxo no país em menos de cinco anos", afirma. O prazo de abertura da Oxxo no Brasil foi determinado para que o grupo possa estudar as diferenças entre os consumidores mexicanos e brasileiros. Em 2004, a empresa já tinha planos de vir para o Brasil.

"Ainda não sabemos como fazer isso sem concorrer com as padarias, que estão para os brasileiros assim como as lojas Oxxo estão para os mexicanos. Só quando estivermos seguros sobre os hábitos dos brasileiros vamos nos aventurar", explica.

São Paulo deverá ser o primeiro Estado a receber um ponto de venda Oxxo. Líder do segmento de varejo no México, a Oxxo, antes restrita à terra de Frida Kahlo, também está presente na Colômbia há cerca de dois anos. Ao todo, são mais de 9 mil pontos de venda, que atendem pelo menos 7 milhões de consumidores por dia e que em 2010 venderam 62,259 milhões de pesos mexicanos (US$ 4,656 milhões) - não inclui as vendas de crédito para telefonia celular.

Fundada em 1981, as lojas Oxxo nem sempre foram um bom negócio para o grupo. "Foram 18 anos sem dar resultados", revela Carbajal, agora aliviado com o bom desempenho dos negócios.


Refrigeradores - No caso da Imbera, empresa da Femsa Insumos Estratégicos, o prazo é menor. A companhia estuda a abertura de uma nova fábrica em até três anos no Nordeste. "Atualmente, fabricamos 30 mil refrigeradores por ano no país. A meta, em cinco anos, é chegar aos 150 mil", revela o diretor de insumos estratégicos da Imbera, Mariano Montero Zubillaga.

Essa será a segunda fábrica no Brasil. A empresa inaugurou, em dezembro de 2010, uma unidade em Itu (101 km de São Paulo), com investimentos de US$ 13 milhões. Com a nova fábrica, a Imbera conta agora com instalações produtivas no México, Colômbia e Brasil, empregando cerca de 3,5 mil pessoas na América Latina. Destes, 120 estão no Brasil e a expectativa é de que nos próximos dois anos a unidade empregue mais de 500 colaboradores diretos.

"Estamos muito contentes de estar no mercado brasileiro. Vamos focar no desenvolvimento e na oferta de novas categorias de produtos, buscando acompanhar o crescimento da indústria de bebidas e alimentos, assim como desenvolver e colocar no mercado produtos exclusivos para eventos como a Copa do Mundo de futebol em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Com este novo investimento da Femsa, ratificamos nosso compromisso com o Brasil, buscando criar valor econômico e social", ressaltou o diretor-geral da Femsa Insumos Estratégicos, Sergio Saenz Garza.

A Imbera fabrica cerca de 300 mil aparelhos por ano e tem vendas anuais superiores a US$ 250 milhões.  fornecedora dos principais fabricantes de bebidas no continente, como o sistema de engarrafadores da The Coca-Cola Company, Heineken - 60% das vendas são para clientes externos. Sem revelar detalhes, Zubillaga disse que também está em estudo a instalação de uma fábrica de máquinas para café no Brasil.


Veículo: Diário do Comercio - MG