As vendas domésticas de papelão ondulado poderão evoluir um pouco acima do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2012, com expansão superior a 3,5% ou 4%, na avaliação do o diretor de administração, finanças e relações com investidores da Irani, Odivan Cargnin. Neste ano, conforme o executivo, o mercado de papelão ondulado, que é usado em embalagens e considerado importante termômetro do nível de atividade econômica interna, tem a trajetória do PIB.
"O setor tem se comportado dentro do esperado e é preciso lembrar que 2010 foi um ano bastante forte", afirmou Cargnin. Com participação de mercado estimada em 3,8% no terceiro trimestre, a Irani viu suas vendas de papelão ondulado subirem 5,6% no intervalo, quando da comparação com o segundo trimestre, para 31,530 mil toneladas.
No mesmo período, as vendas das indústrias representadas pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) avançaram 2,2%. Frente ao terceiro trimestre do ano passado, contudo, as vendas da Irani recuaram 4,8%, enquanto o mercado cresceu 3%. "No quarto trimestre, as vendas da indústria devem mostrar novamente crescimento, quando comparadas às do quarto trimestre do ano passado", acrescentou.
A Irani, fabricante de papéis para embalagem do grupo Habitasul, reverteu o lucro líquido de R$ 25,15 milhões apurado no terceiro trimestre de 2010 e registrou prejuízo de R$ 8,48 milhões em igual intervalo deste ano, diante do impacto do câmbio sobre a parcela da dívida da companhia que está denominada em moeda estrangeira e ligeira piora nos resultados operacionais.
A variação cambial teve efeito negativo de R$ 12,89 milhões na última linha do balanço. "Foi um efeito pontual e de impacto contábil, uma vez que a dívida estrangeira tem vencimento somente no longo prazo", explicou o executivo. Ao fim do trimestre, 26% da dívida bruta da companhia estava expressa em moeda estrangeira.
De julho a setembro, a receita líquida da Irani somou R$ 122,1 milhões, com queda de 2,2% na comparação anual e alta de 3% frente ao segundo trimestre. No segmento de papel, as vendas em volume recuaram 3,1% frente ao terceiro trimestre de 2010 e subiram 7% em relação ao segundo trimestre.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 28,34 mil no trimestre, com margem de 23,2%. Entre julho e setembro do ano passado, o Ebitda da empresa foi de R$ 28,56 milhões.
O lucro bruto da Irani, por sua vez, caiu 45,4% na comparação anual, para R$ 32,84 milhões, uma vez que no terceiro trimestre deste ano não houve registro de variação no valor justo dos ativos biológicos. Um ano antes, essa linha havia sido impactada positivamente por variação de R$ 23,84 milhões. "Passamos, em 2011, a fazer a avaliação dos ativos semestralmente e não mais a cada trimestre", afirmou. "Assim, neste terceiro trimestre, não houve variação", completou.
Os investimentos da Irani neste ano deverão alcançar R$ 35,5 milhões. A companhia já avalia a execução de um novo plano de crescimento, porém ainda não há valores ou prazos determinados.
Veículo: Valor Econômico