Redução da oferta de café força alta

Leia em 3min 40s

Em algumas regiões produtoras do país, como no Sul de Minas, vendedores estão mais capitalizados.


A redução da oferta de café, tanto no mercado interno como no externo, tem contribuído para a manutenção dos preços em patamares lucrativos em Minas Gerais. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na parcial entre 31 de outubro e 17 de novembro foi registrada variação positiva de até 7% nos valores pagos pela saca de 60 quilos nas principais regiões produtoras do Estado.

Ainda segundo os pesquisadores do Cepea, na região do Cerrado mineiro a saca de 60 quilos do produto, que estava valendo R$ 480,69 no dia 31 de outubro, encerrou cotada a R$ 506,01 em 17 de novembro, o que representa uma evolução de 5,3% na parcial deste mês.

No mesmo período, a alta também foi observada no Sul de Minas, que é o principal polo produtor do Estado, respondendo por cerca de 40% da produção total. Na região, a saca do grão antes avaliada em R$ 463,92 e passou para R$ 496,71, incremento de 7% na parcial de novembro.

De acordo com o Cepea, em algumas regiões produtoras do país, como o Sul de Minas Gerais, vendedores estão mais capitalizados e apostam em preços maiores e, por isso, mantêm-se retraídos à espera de cotações mais elevadas.

De acordo com o Cepea, em outubro as cotações internacionais recuaram expressivamente em alguns dias do mês. A variação se deveu, principalmente, às oscilações de mercado causadas pelas crises financeiras na Europa e nos Estados Unidos. No mercado interno, o preço também recuou e não teve forças para se recuperar nos dias em que houve avanço externo. Assim, as negociações continuaram lentas no mercado físico brasileiro.

Nesse cenário, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 490,45 por saca de 60 quilos em outubro, recuo de 4,1% em relação à de setembro.


Comercialização - No mercado internacional, as cotações de arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures) caíram durante a maior parte de outubro, acompanhando o cenário mundial instável. O contrato com vencimento em dezembro fechou o dia 31 daquele mês a 226,95 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,7% em relação ao dia 3.

Segundo o Boletim Cepea - Café Arábica, a comercialização da safra 2011/12 esteve, em termos percentuais, um pouco mais adiantada até o final de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado em boa parte das regiões produtoras consultadas pelo Cepea.

O bom ritmo deve-se a vários fatores. Um deles é que a safra atual é menor que a anterior; outro é que os preços estão relativamente atrativos ao produtor desde o início da safra e, ainda, a demanda, que se mantém firme, uma vez que os estoques internacionais estão baixos.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a temporada atual (arábica e robusta) está 10,3% inferior à passada, com a colheita estimada em 43,2 milhões de sacas de 60 quilos no país. Assim, apesar de a percentagem de comercialização ser superior à do ano passado em algumas regiões, em números absolutos a quantidade de grãos já comercializada seria menor na safra atual.

Colaboradores do Cepea comentam, no entanto, que o volume de sacas comercializadas poderia ser mais próximo do verificado na safra 2010/11 se alguns vendedores não se mantivessem retraídos, apostando em preços maiores.


Faemg - Segundo o coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santos Vilela, os preços atuais pagos pela saca do produto estão em média 38% superiores que os valores praticados em igual período do ano passado, o que foi suficiente para capitalizar os cafeicultores.

A expectativa, segundo Vilela, é que os preços se mantenham no patamar atual até pelo menos o início da próxima safra. A estimativa é que a safra do próximo ano em Minas Gerais fique pelo menos 15% superior, isso devido ao ano de bianualidade positiva e ao maior investimento nos cuidados com os cafezais.

"A tendência para o próximo ano é de que o grão continue valorizado devido aos estoques ainda baixos, porém não teremos altas tão significativas como as observadas neste ano devido à maior oferta do grão. A sustentação dos preços também dependerá dos rumos da economia mundial, principalmente devido à crise global", disse Vilela.


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Nestlé tem planos para aportes em MG

Multinacional pretende investir no Brasil R$ 500 milhões por ano em expansão e melhoria de suas opera&cced...

Veja mais
Setor têxtil vai pedir para o governo medidas mais duras contra chineses

Incentivada por um levantamento que identificou 27 programas de subsídio do governo da China às exporta&cc...

Veja mais
Vigor reposiciona marcas e volta a investir

Quando decidiu trocar a diretoria nacional de vendas da Natura pela presidência da Vigor, há exatos quatro ...

Veja mais
Publicidade gerou receita de R$ 9,4 bilhões em 2009 no Brasil, revela o IBGE

As empresas de publicidade e promoção geraram receita de R$ 9,46 bilhões em 2009. O dado foi divulg...

Veja mais
Produção de leite fica estável

Estagnação é atribuída ao comprometimento da renda e às oscilações nos ...

Veja mais
Brasileiros voltam atenção para notebooks no Natal

Mais da metade dos lares brasileiros ainda não tem computador. Esse fator torna o notebook forte candidato a entr...

Veja mais
Câmbio e clima afetam embarques de melão

Os produtores brasileiros de melão vivem um de seus piores momentos dos últimos anos. Fortemente dependent...

Veja mais
Expectativa de bons lucros com grãos no RS

Apesar do aumento dos custos de produção, as perspectivas de ganhos dos agricultores gaúchos s&atil...

Veja mais
Venda de material escolar terá forte alta no início de 2012

O período que antecede a volta às aulas, no início de 2012, vai ser bom para comerciantes e fabrica...

Veja mais